FILMES CLSSICOS NAS TELONAS: 12 HOMENS E UMA SENTENA

Saiba tudo sobre o clssico que o Cinemark exibe nos seus cinemas dias 30 e 31 de maio e 3 de junho

28/05/2015 17:14 Por Rubens Ewald Filho
FILMES CLÁSSICOS NAS TELONAS: 12 HOMENS E UMA SENTENÇA

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Sétima temporada de Clássicos na Rede Cinemark

Os filmes desta temporada são:

007 Contra o Satânico Dr. No - dias 16, 17 e 20 de maio

O Resgate do Soldado Ryan - dias 23, 24 e 27 de maio

12 Homens e uma Sentença - dias 30 e 31 de maio e 3 de junho

Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida - dias 6, 7 e 10 de junho

Os Pássaros - dias 13, 14 e 17 de junho.

O Exterminador do Futuro - dias 20, 21 e 24 de junho.

 

Doze Homens e uma Sentença (Twelve Angry Men)

EUA, 1957. 96 min. Diretor: Sidney Lumet. Elenco: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Jack Warden, Robert Webber, E. G. Marshall, Ed Begley, Martin Balsam, John Fiedler, Jack Klugman, Edward Binns, Joseph Sweeney, George Voskovec.

Sinopse: Um jurado tenta convencer seus 11 outros colegas que o réu que está sendo julgado pode ser inocente. Este é um jovem latino americano que esta sendo acusado de ter matado seu pai à facadas. Eles ficam furiosos porque desejam resolver o caso as pressas. Outros querem bater no coitado (nenhum dos personagens tem nome, de acordo com a lei de júri, são chamados apenas por um numero cada!). Logo porém esse solitário numero 8 terá o apoio de mais um, que não aprova o que estão fazendo pressionando e admira alguém que luta por seus princípios.

Comentários: Até há pouco tempo em cartaz nos teatros de São Paulo, a versão deste filme clássico, com justiça considerado o melhor momento da carreira de Henry Fonda (que também produziu e que o estreante em cinema Sidney Lumet dirigiu. Ele teria depois uma brilhante carreira). É um clássico notável, quase totalmente passado numa sala, onde um jurado tenta convencer os colegas de que o réu pode ser inocente. Tem um excelente elenco de apoio e um roteiro brilhante de Reginald Rose (adaptando um tele-teatro dele mesmo). Rose (1920-2002) escreveu muita série de TV e filmes como O Homem do Oeste, com Gary Cooper, 58, Os Selvagens Cães de Guerras, 78, De Quem é aVida Afinal, 81. Em momento nenhum se sente o ambiente claustrofóbico, por causa de uma câmera ágil e uma direção tensa, que sabe sempre mostrar a coisa certa e extrair a performance exata. Foi indicado aos Oscars de melhor filme, roteiro e diretor. Imitado e refeito para a TV depois, nunca foi superado.

O mérito maior foi o da escolha do elenco, o chamado casting. E quase todos eles se tornaram nomes ilustres e importantes como coadjuvantes do cinema americano. O mais famoso na época certamente era Lee J. Cobb (1911-76), ou seja Leo Jacobs Cobb, um dos nomes mais ilustres do Actor´s Studio e criador do personagem central na Broadway de A Morte Do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller. Seu estilo era sempre um pouco exagerado, “over” como se costuma dizer. Mas também era uma figura carismática, conforme demonstrou em outros filmes como Sindicato de Ladrões, o clássico Exorcista, Flint Gênio do Mal, Sirocco com Bogart. Foi indicado ao Oscar duas vezes por Os Irmãos Karamazov e Sindicato de Ladrões.

Outro ator premiado foi Ed Begley (1901-70) que levou o Oscar de coadjuvante por O Doce Pássaro da Juventude em 62. Especialista em papeis de vilão violento e grosseiro, fez cerca de 50 filmes, entre eles, A Inconquistável Molly com Debbie Reynolds, Homens em Fúria de Robert Wise, Uma Vida por um Frio, Sorry Wrong Number com Barbara Stanwyck. Seu filho Ed Begley Jr faz também carreira como comediante.

Você conhece E. G. Marshall (1910-98) de filmes como 13, rue Madeleine, onde estava em começo de carreira ou como o rival de Spencer Tracy em A Lança Partida e também com ele em A Maldição da Montanha. Em geral fazia executivos de rosto fechado e antipático, mas curiosamente fez sucesso na Televisão, em séries como The Defenders. Muito frequente no cinema também em papéis de militares como em Tora Tora Tora, Paris está em Chamas?.

Jack Warden (1920-2006) foi indicado ao Oscar por Shampoo e O Céu Pode Esperar. Mas esteve em grande filmes como Muito Além do Jardim, Enquanto Você Dormia, Todos os Homens do Presidente.

Outro premiado com o Oscar foi Martin Balsam (1914-96), que levou o prêmio por sua interpretação em Mil Palhaços em 65. Foi outro que conheceu o diretor Lumet no Actor´s Studio. Teve uma longa carreira de mais de cem filmes que começou com Sindicato de Ladrões e inclui também Tora Tora Tora, Psicose de Hitchcock e Ardil 22.

Jack Klugman (1922-2013) ficou mais famoso na televisão na série The Odd Couple, O Estranho Casal e depois também em Quincy. Há pouco tempo venceu a luta contra o câncer na garganta, quando aprendeu a falar pela faringe. No cinema nunca fez sucesso.

Robert Webber (1924-89) foi sempre um coadjuvante de confiança, nunca de grande sucesso apesar de ter feito cerca de 60 filmes. Apareceu dentre outros filmes, em Os Doze Condenados, em Midway, Recruta Benjamin e principalmente como o compositor em Mulher Nota Dez do seu amigo Blake Edwards.

John Fiedler (1925-2005) é um típico coadjuvante, poucos lembram de seu nome, mas o rosto foi visto em mais de 70 filmes e séries de TV, entre eles Carícias de Luxo (That Touch of Mink) e O Mundo de Henry Orient.

Os outros três são menos conhecidos. Ed Binns (1916-90) esteve em outros filmes famosos como Intriga Internacional de Hitchcock, Estranha Compulsão e Julgamento em Nuremberg. Joseph Sweeney (1884-1963) fez apenas sete filmes e Doze Homens e uma Sentença foi seu último trabalho. George Voskovec (1905-81) era tcheco e começou sua carreira em sua terra natal. Esteve no cinema americano desde 52, com Uma Viúva em Trinidad. Fez também Disque Butterfield 8. Também foi roteirista e autor de letras musicais.

Realmente é difícil encontrar um filme com um elenco tão perfeito, tão harmonioso e integrado.

O sucesso de Doze Homens no palco brasileiro: Foi uma competente montagem de Eduardo Tolentino Araujo (do grupo Tapa) que deu uma chance rara para atores característicos brilharem. Antes de tudo o que se constata é a força do texto, muito bem armado, uma perfeição de playwriting, que hoje nem mesmo os americanos são capazes de emular. Quando assisti a plateia estava absolutamente lotada (inclusive no balcão) e respirando todas as reviravoltas da trama. Mesmo eu que a conhecia de cor, reagia as sacadas e compartilhava com eles as emoções.

Toda a vida eu quis ver a versão original de TV, o que consegui agora quando foi editado em DVD numa antologia do programa chamado Studio One. Minha primeira surpresa foi que a versão original de 54, não foi dirigida por Sidney Lumet, mas por outro bom diretor Franklin Schaffner (1920-99, premiado com o Oscar por Patton e que fez ainda Planeta dos Macacos) e o astro não foi Henry Fonda mas um ator mais fraco, ainda assim astro, Robert Cummings, especializado em comédias leves (ou seja para ele foi mudança importante). O elenco não era all star (ao menos em termos de atores característicos como o filme), mas tinha nomes famosos como Franchot Tone (que fazia o jurado 3, o mais relutante) e Edward Arnold (jurado dez, o que esta resfriado). A diferença maior é que o programa tinha apenas uma hora de duração (com comerciais) e então tudo é mais sucinto, só no palco e filme ficam mais desenvolvidos os personagens do jurado que deseja ir para o jogo de beisebol, não tem os breakdowns /crises do dois maiores opositores. É basicamente a mesma coisa só que sem pressa.

Rodado em 3 menos de 3 semanas com orçamento baixo o filme não chegou a ser êxito de bilheteria na sua estreia. Fonda nunca mais voltou a produzir mas ficou amigo de Lumet, a quem admirava muito (fez com ele Limite de Segurança). Em 1963, o texto foi adaptado para peça mas voltaria ainda outras vezes à televisão. Em 1997, o famoso William Friedkin o refilmou para a TV com Jack Lemmon e George C. Scott nos papeis centrais. Colocou uma mulher (Mary McDonnell) rapidamente como juiz e inovou no elenco também famoso: Ossie Davis, Armin Mueller Stahl (como o 4), James Gandolfini, Tony Danza, Hume Cronyn, Edward James Olmos e William Petersen (CSI).

É estranho que nunca tenha sido lançado no Brasil outra refilmagem desta vez russa e que chegou a ser indicada ao Oscar de filme estrangeiro, realizada por diretor importante, Nikita Mikhalkov (que também faz o jurado numero 2): chamada 12 (2007), no caso o adolescente julgado era Checheno e matou seu padrasto.Tem uma epigrafe (não procure aqui pela verdade do cotidiano mas tente sentir a verdade de ser) e também um epílogo (a lei vem acima de tudo, mas o que fazer se a piedade vem antes da lei?). Foge bastante do original, num tom grandiloquente, procurando ser uma alegoria da Rússia (então) atual, e sua busca de unidade. Em vez de ficarem confinados, o júri é mandado para uma escola decrépita e tem quase três horas de duração!

Nada disso porém era preciso saber para gostar do espetáculo no palco, onde tudo funcionava muito bem inclusive pelo prazer de ver bons atores em forma, como Oswaldo Mendes, Zé Carlos Machado, Norival Rizzo, Haroldo Ferrari e um destaque especial para o célebre diretor José Renato (do Arena) brilhando como ator, infelizmente em seu último trabalho.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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