FILMES CLSSICOS NAS TELONAS: 5 FILME

O Cinemark exibir mais filmes clssicos, leia a opinio de Rubens Ewald Filho sobre eles. Em Cartaz: Quanto Mais Quente Melhor

13/08/2014 15:46 Por Rubens Ewald Filho
FILMES CLÁSSICOS NAS TELONAS: 5º FILME

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O Cinemark trará uma segunda temporada de filmes clássicos nas telonas dos cinemas. Depois do sucesso da temporada anterior, os filmes escolhidos foram:

O PODEROSO CHEFÃO - Exibição dias 19, 20 e 23 de julho

FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS – Dias 26,27 e 30 de julho

IMPÉRIO DO SOL – Dias 2, 3 e 6 de agosto

A HISTÓRIA SEM FIM – Dias 9, 10 e 13 de agosto

QUANTO MAIS QUENTE MELHOR – Dias 16, 17 e 20 de agosto

LAWRENCE DA ÁRÁBIA – Dias 23, 24 e 27 de agosto

 

Para ver quais as salas e horários, visite o site do CINEMARK.

 

 

A cada semana traremos a resenha crítica completa de cada filme a ser exibido. No quinto filme temos:

 

Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot)

EUA, 1959. Comédia. 121 min. Preto & branco. Diretor: Billy Wilder (1906-2002). Elenco: Marilyn Monroe (1926-62), Tony Curtis (1925-2010), Jack Lemmon (1925-2001), George Raft, Pat O’Brien, Joe E. Brown, Nehemiah Persoff, George E. Stone, Joan Shawlee, Edward G. Robinson Jr.

 

Sinopse: Dois músicos desempregados acidentalmente testemunham o Massacre de São Bartolomeu, em Chicago. Por isso tem que fugir dos gangsters. Disfarçam-se de mulheres e se engajam numa banda feminina que vai para a Flórida. Mas novamente aparecem gangsters e também milionários.

 

Votado pelo American Film Institute, como “A melhor comédia americana de todos os tempos”. Mas ganhou somente o Oscar de Figurino (embora tenha sido indicado como Roteiro, Diretor, Fotografia, Ator – Lemmon e Direção de Arte). Total injustiça, esquecerem tanto de Marilyn quanto de Tony. Foi rodado em branco e preto porque não deu certo a maquiagem que aplicaram na dupla de atores (que ficavam ridículos vestidos de mulher). Os problemas maiores foram com Marilyn, que estava na época casada com o dramaturgo Arthur Miller (ela estaria grávida e perdeu o bebê por causa das quedas na areia onde tropeça nos pés de Curtis). Sempre atrasada, com depressão, com dificuldade de guardar os textos (há uma cena em que ela com Curtis no telefone onde fica visível que está lendo o texto num quadro negro). A repetição de muitas cenas até ela acertar provocou irritação nos colegas (Curtis chegou a dizer que preferia beijar Hitler), mas nada disso se vê nas telas, onde Marilyn está no auge de sua sedução.

 

Aproveitando uma velha história, o novo roteiro traz os heróis como músicos, o saxofonista mulherengo (Tony Curtis nunca esteve melhor, em particular quando imita Cary Grant na cena do iate) e um violoncelista ingênuo (Lemmon, no primeiro do que seria uma série de fitas que faria com o diretor Wilder, de quem se tornaria ator preferido e amigo). A fita custa um pouco para começar até quando eles testemunham um massacre, tem que fugir, se vestem de mulheres e vão para a Flórida. Depois de vários minutos, Marilyn Monroe faz uma entrada de estrela (na chegada na estação, o trem saltou um vapor assustando-a), fazendo o papel de Sugar Kane (“Cana de Açúcar” literalmente). Embora ela pudesse estar um pouco gordinha pelos padrões atuais, nunca esteve mais sensual com seu jeito inocente (a cena no trem em que divide seu leito) ou cantando de forma mais agradável (Marilyn canta com sua própria voz). A tal ponto que chega a ser difícil acreditar nos problemas que causou nas filmagens, porque o “timing” das cenas é impecável (inclusive quando resolve seduzir o milionário que se diz impotente!). Mas certamente é Jack Lemmon que está excepcional (o tango com Joe E. Brown, conhecido no Brasil como “Boca Larga”, um comediante que andava esquecido e foi resgatado por Wilder, e depois ele tocando as maracas no quarto são obras-primas de farsa). Sem dúvida, uma das grandes comédias do cinema, se não a maior.

 

Curiosidades:Wilder originalmente queria Frank Sinatra no papel de Lemmon. Ele conseguiu que o veterano astro George Raft tivesse uma participação como Spats Columbo, parodiando a si mesmo num gesto com a moeda que ele fez no clássico Scarface. Na fita ele é morto pelo filho de um antigo rival nos filmes dos anos trinta, Edward Robinson Jr. (que não fez carreira). Foi Raft quem deu lições de tango para o comediante Joe E. Brown na cena com Lemmon. A famosa cena final foi escrita na véspera da filmagem, porque Marilyn estava mais uma vez ausente por causa de doença. O filme que é uma refilmagem de uma comédia alemã dos anos trinta, chegou a inspirar um musical na Broadway, de relativo sucesso, Sugar (em 1972), de Bob Merrill e Jules Styne, dirigido por Gower Champion, com Robert Morse, Tony Roberts e Elaine Joyce. “Ninguém é Perfeito”: este é o final mais famoso do cinema, ao menos o mais atrevido, amoral e oportuno já visto numa comédia. Não estamos estragando o prazer de ninguém porque todo mundo ao menos já ouviu falar nesta comédia clássica que beira à perfeição.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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