OSCAR 2019 NA NETFLIX: A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs)
Um passatempo engraçadinho e até simpático, ainda que pouco mais do que isso
A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs)
EUA, 2018. Netflix. Com Liam Neeson, Tom Waits, Zoe Kazan, Tim Blake Nelson, Clancy Brown, Willie Watson, Danny Mc Carthy, James Franco, Stephen Root, Brendan Gleeson, Saul Rubinek,Tyne Daly. Montagem dos irmãos Coen (que assinam como Roderick Jaynes).
Na falta de maior criatividade, os sempre espertos irmãos Coen certamente ganharam um bom salário para brincarem de fazer uma novidade para eles, uma comédia do faroeste só que reduzida para pequenos sketchs (eles tinham feito antes um único western que foi Bravura Indômita, 2010 ) no que certamente resulta num passatempo engraçadinho e até simpático, ainda que pouco mais do que isso. O final talvez seja abrupto demais e os diversos episódios são irregulares, uns melhores que outros (que serve também para chamar os amigos para se divertirem um pouco!). O fato é que a turma do Oscar já faz tempo que é simpatizante com a dupla, desta vez indicou três categorias como candidatos (para melhor canção original, When a Cowboy Trades his spurs for Wings, de David Rawlings e Gillian Welch), depois melhor figurino para Mary Zophres, roteiro adaptado (obviamente da dupla). Um parêntesis: sou admirador dos irmãos Coen graças ao filme e depois a série de TV inspirada nele, que é o brilhante Fargo, sendo a próxima aventura programada para 2020 com o sindicato do crime dos negros que vai entrar em conflito com os italianos!
Esta Balada podia perder alguns minutos, já que o humor é irregular, cheio de altos e baixos. Rodado agora em digital. Além de ser o filme mais longo da carreira da dupla! Talvez o melhor episódio seja justamente as façanhas do pistoleiro Buster Scruggs, que tem sequências bem divertidas e satíricas (aliás, todo o projeto é assim). Não acho que seja o caso de ser premiado, mas volta a confirmar a admiração que Hollywood tem pela dupla.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.