Boxe por Amor
Alfred Butler (Buster Keaton) é um jovem burguês enviado pelo pai para um acampamento, na tentativa de se autoconhecer e de se virar sozinho. Lá, apaixona-se por uma garota. Para impressionar os pais dela, Alfred se passa por um conhecido lutador de boxe partindo para uma grande competição no ringue.
Boxe por Amor (Battling Butler). EUA, 1926, 76 min. Comédia. Preto-e-branco. Dirigido por Buster Keaton. Distribuição: Obras-Primas do Cinema. Disponível em DVD.
Ícone da comédia americana “Slapstick” (conhecida como ‘pastelão’, movimentada, circense, com farsas e exageros, típica nos anos 20 e 30), Buster Keaton dirige e atua em um dos filmes mais conhecidos de sua extensa carreira, que durou quase cinco décadas. Tipão sério, com cara amarrada, olhos tristes e olheiras assustadoras, Keaton (hoje esquecido do grande público) interpreta um falso boxeador, um burguês de corpo frágil, que finge praticar o esporte (que estava se tornando popular no mundo), apenas para impressionar os pais da garota por quem se apaixona. No ringue, apanha sem dó dos adversários fortões. Como sustentar a mentira por causa do amor? Esta questão será o trunfo da comédia muda e em preto-e-branco, com sequências bem boladas de luta de boxe. Muita diversão e risos fáceis nesse trabalho do grande comediante Buster Keaton, conhecido como o “homem que nunca sorria” - atuou em 145 filmes (curtas e longas) e dirigiu 46 deles. Para comemorar a carreira dele, a distribuidora Obras-primas do Cinema lançou, em dezembro passado, um megabox com oito DVDs, que reúne 12 longas e médias-metragens e 32 curtas, realizados entre 1917 e 1928. Na caixa há filmes importantes como “A general” (1926), “O homem das novidades” (1928), Vaqueiro avacalhado (1925), “Bancando a Águia” (1924) e “Amores de um estudante” (1927), além deste aqui, “Boxe por amor” (1926), todos em cópia desfrutável. Acompanha três horas de material extra e seis cards colecionáveis, com pôsteres originais dos filmes. Um resgate digno da filmografia de um dos artistas mais influentes e inovadores da comédia americana, um deleite aos fãs do cinema antigo!
OBS: Assista “Boxe por amor” nesta cópia da Obras-Primas, que tem qualidade boa e som remasterizado; isto porque muitos anos atrás o filme havia saído em cópia sofrível, prejudicada por arranhões e cortes, de uma distribuidora duvidosa (de revista, sem nome).
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com