OSCAR 2019: Guerra Fria (Cold War)

É um poema ajudado não apenas pelas músicas, mas pela incrível fotografia e delicadeza de imagens e sentimentos. Não perca

09/02/2019 22:27 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2019: Guerra Fria (Cold War)

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Guerra Fria (Cold War)

Polônia, França, Inglaterra, 2018. Direção de Pawel Pawlikowski. Roteiro e direção de Pawel, colaboração de Janusz Glowacki e Piotr Borkowski. Com Joanna Kulig, Thomasz Kot, Borys Szyc, Agata Kulesza, Cédric Kahn, Jeanne Balibar.

Este é um dos filmes mais premiados deste ano, em todo o mundo. Este romance foi nomeado para 12 Eagle Awards (incluindo melhor diretor e filme) e também o European Awards (5 prêmios).

O romance após guerra é uma coprodução entre França, Polônia e Inglaterra. Este ano no Oscar ele foi indicado a concorrer como melhor filme estrangeiro, melhor diretor e fotografia. Sem esquecer quatro indicações para o BAFTA britânico. A história é baseada na vida dos pais de Pawlikowski e foi todo rodado em preto e branco, ou monocromático, o que o torna mais romântico e trágico o complicado romance entre musico (Tomasz Kot) e sua musa (Joanna Kulig). Pawlikowski foi também premiado como melhor diretor no Festival de Cannes.

Dados importantes: o romance entre os principais personagens foi inspirado na vida real de seus pais, que romperam o casamento algumas vezes chegando a se mudarem de uns pais para outro. O filme é dedicado a esses seus “pais”, inclusive usando os nomes reais dos protagonistas.

Este foi o primeiro filme de língua polonesa desde 1990 a ser exibido no Festival de Cannes (bem depois de outros poloneses como Polanski e Kieslowski). O sucesso foi tão grande que teve uma ovação de 18 minutos. Importante: os personagens principais foram baseados na vida real de uma famosa escola e grupo folclórico polonês que se chamava Zespol Piesni j Tanca Mazowasze (no filme o sobrenome foi mudado para Mazurek).Foi assim que Tadeusz e Mira se casaram e depois da guerra se mudaram para o interior onde procuraram cantores e dançarinos folclóricos. Eles também compuseram a canção Dwa serduzka, Cztery Oczky são as que servem de motivação para o filme. Joanna Kulig fez antes também um papel de cantora em outro filme de Pawel, chamado Ida (13). A influência dela foi tentar ficar parecida com a atriz americana Lauren Bacall. Outra informação importante: Pawel chamou para o grupo dançarinos do grupo Mazowsze (que ainda estava ativo até hoje) que ilustrava a sociedade e polonesa da época. O filme era para ser feito a cores (se reparar bem, apenas a cena em que a Joanna canta há certo tom de cores). Todos os números de Jazz foram executados por Marcin Masecki. Este foi o único filme do Oscar deste ano que foi indicado como melhor diretor e não filme.

Conclusão artística: tantos elogios, tanta repercussão para um filme musical e de amor. Só que é muito mais. Certamente é um dos poucos filmes recentes da Polônia corajoso o suficiente para questionar o passado e colocar o amor mais importante do que se sacrificar pela ditadura comunista. É um poema ajudado não apenas pelas músicas, mas pela incrível fotografia e delicadeza de imagens e sentimentos. Não perca.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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