EM BD: Matinee Uma Sessao Muito Louca

Em plena crise dos misseis de Cuba, em 1962, o produtor de fitas B Lawrence Woosley pretende lan?ar seu ultimo filme de terror na cidade de Key West. Ele aproveita que a popula??o anda tensa com os novos desdobramentos da Guerra Fria.

20/04/2023 04:07 Por Felipe Brida
EM BD: Matinee Uma Sessao Muito Louca

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Matinee: Uma Sessão Muito Louca (Matinee). EUA, 1993, 99 minutos. Comédia/Drama. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Joe Dante. Distribuição: Obras-primas do Cinema

Figura louvável do cinema blockbuster americano da década de 1980, diretor de filmes memoráveis como “Grito de horror” (1981), “Gremlins” (1984), “Viagem insólita” (1987) e “Meus vizinhos são um terror” (1989), Joe Dante presta aqui uma singela homenagem ao cinema de baixo orçamento (os “filmes B”) dos anos de 1950 e 1960, em especial aqueles de terror e ficção científica, tão populares nos Estados Unidos, cujas sessões lotavam as salas. Em seu trabalho menos lembrado (mas muito especial para os cinéfilos que gostam de conhecer os bastidores do mundo do cinema), acompanhamos as loucuras por trás do lançamento de um filme nas salas, do marketing para divulgá-lo até caçar gente para comprar ingresso. Numa cidade da Florida durante a Guerra Fria, os moradores estão à flor da pele com medo de uma guerra nuclear. Um produtor de um filme B aproveita o momento para distribui-lo numa grande sala. Será um longa-metragem preto-e-branco com um homem-formiga assassino, fruto da mutação genética causada por radiação nuclear (ele é chamado de “Hormiga”, ou em inglês, “Mant”, junção de “man” e “ant”). Para dar impacto durante a projeção, o produtor instala nas poltronas do cinema equipamentos para dar choque no público, e durante a exibição, fumaças saem da tela e ouvem-se estouros como bombas – isso tudo existiu nos cinemas da época, com poltronas que chacoalhavam, da tela espirrava água nas pessoas em filmes de naufrágio no mar etc O produtor contrata por fim um rapaz para se vestir de formiga e assustar o público perambulando pelas fileiras. 

O ator John Goodman (ele está bonachão e à vontade) interpreta esse destemido produtor de cinema, cujo papel foi inspirado no lendário produtor e diretor William Castle (1914-1977), realizador de filmes B de terror e scifi com efeitos especiais altamente inusitados - por exemplo, dirigiu e produziu “Força diabólica” (1959), com um monstro parasita que estraçalhava as pessoas num laboratório, e “13 fantasmas” (1960), com espíritos malignos aterrorizantes. 

Narrado por um adolescente que é fã de cinema, o filme retrata, em segundo plano, o medo de uma guerra nuclear - o contexto é a crise dos mísseis de Cuba, durante 13 dias em outubro de 1962, os tais “13 dias que abalaram o mundo”, quando os soviéticos, em plena Guerra Fria, em resposta à instalação de mísseis na Turquia e na Itália pelos Estados Unidos, revidaram colocando ogivas em Cuba viradas para o país norte-americano; e por pouco não houve uma guerra atômica com proporções impensáveis! 

Tudo isso está nesse passatempo delicioso, inteligente e brincalhão de Joe Dante, que conta com boas atuações de John Goodman, de “Os Flinstones: O filme” (1994), e Cathy Moriarty, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por “Touro indomável” (1980), e participações menores de Dick Miller, John Sayles e Naomi Watts (numa pontinha em início de carreira).   

Sai em bluray pela Obras-primas do Cinema numa cópia excelente, com mais de duas horas de extras e uma luva especial. 

 

 

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Sobre o Colunista:

Felipe Brida

Felipe Brida

Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com

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