OSCAR 2017: Jackie (Idem) RESENHA CRTICA

Jackie um cone da Histria americana que merecia um filme mais denso, profundo e humano

11/02/2017 20:51 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2017: Jackie (Idem) RESENHA CRÍTICA

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Jackie (Idem)

EUA, 16. 100min. Direção de Pablo Lorrain. Roteiro de Noah Oppenheim. Com Natalie Portman, Peter Sasgaard, Greta Gerwig, Billy Crudup, John Hurt, Richard E. Grant.

É uma situação irônica, hoje em dia as pessoas da atual geração e mesmo da anterior não tem mais noção de quem foi Jacqueline Bouvier Kennedy (1929-94), que foi a esposa do Presidente John Kennedy (1917-73), assassinado brutalmente e de forma ate hoje misteriosa e não bem explicada. Era foi um símbolo de elegância e classe, famosa por seus vestidos (vários deles copiados aqui), e mais tarde envolvida num casamento nunca também bem explicado com o muito feio e muito rico Onassis (foi um escândalo quando uma revista a fotografou muito nua na ilha do marido!). Depois virou editora de livros e terminou morrendo cedo de câncer. Desde então sua vida foi interpretada diversas vezes no cinema e televisão, por gente conhecida como Jaclyn Smith, Sarah Michelle Geller, Jacqueline Bisset, Katie Holmes, Gennifer Goodwin (são mais de 50 filmes, mas curiosamente Natalie é a primeira mais famosa e até mesmo já vencedora de um Oscar!).

É uma pena que a gente não tenha conhecido direito Jacqueline e que hoje sua figura pareça tão artificial e posada, principalmente seu jeito de falar com um sotaque estranhíssimo. Artificial, pedante principalmente quando recriam a visita a Casa Branca (ainda em preto e branco nunca passou na época na teve do Brasil). Fica difícil gostar daquela figura pouco humana, ainda mais porque todos os políticos famosos são reduzidos a pontas sem a menor humanidade.

Não acho feliz a escolha do diretor de arte chileno Larrain (que fez aquele muito discutível Neruda) que conseguiu realizar um filme arrastado, difícil, onde se sai como entrou sem conseguir entender ou gostar da biografada. Não gosto da fotografia, acho a trilha musical péssima (a única coisa interessante é o uso da musical do musical da Broadway chamado Camelot, que era a favorita do Kennedy e ouve-se na voz de Richard Burton, onde se fala de um reino perfeito que encontra seu fim). Com os personagens secundários é ainda pior porque quase todos estão de passagem e novamente não tem humanidade. A única coisa mais interessante é que Natalie Portman esteja sobrevivendo a esse filme tão indigesto (foi muito mal de bilheteria nos EUA, mas ele foi indicada a praticamente todos os prêmios embora não parece ter chances de vencer).

Enfim, Jackie é um ícone da História americana que merecia um filme mais denso, profundo e humano.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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