RESENHA CRTICA: Mogli, O Menino Lobo (The Jungle Book)

O novo Mogli uma grande diverso para adultos e crianas

15/04/2016 16:06 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Mogli, O Menino Lobo (The Jungle Book)

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Mogli, O Menino Lobo (The Jungle Book)

EUA, 16. 115 min. Direção de Jon Favreau. Roteiro de Justin Marks baseado em livro de Rudyard Kipling. Com vozes originais de Christopher Walken, Bill Murray, Ben Kingsley, Neel Sethi (como Mogli), Idris Elba, Lupita Nyongo, Scarlett Johansson, Giancarlo Esposito.

Qualquer fã de cinema como eu já alimentou sua imaginação inúmeras vezes com diferentes versões do Livro da Selva de Mestre Kipling, que teve competentes versões para a tela. A mais antiga que posso recordar era com um garoto indiano chamado Sabu (1924-63) que estrelou como Mowgly, a versão inglesa de 1942 feita por Zoltan Korda (Sabu já vinha de sucessos como O Menino e o Elefante e O Ladrão de Bagdá). Assisti naturalmente já em reprise e para os olhos de criança tudo me pareceu convincente. Mas foi em 1967, ou seja, quase 50 anos atrás, que veio o desenho animado que é considerado um clássico (mas na época críticos americanos o demoliram). Nesta versão nova usa-se inclusive diversas versões de “Necessário, Somente o necessário”( The Bare Necessities), que volta a ser a música tema deste Mogli, interpretado pelo urso com a voz de Bill Murray. Também se aproveita aqui na versão atual outras canções, a nova I Wanna Be Like You dos Irmãos Sherman, Trust in Me (a canção da Python, por Scarlett Johansson, também dos Shermans). Mas houve ainda uma versão que era bem divertida de 1996, que se chamou O Livro da Selva e era original porque estrelada por um adulto oriental Jason Scott Lee (havaiano e chinês).
Nada me preparava porém para esta surpreendente e espetacular refilmagem sobre as ordens do competente ator e realizador Jon Favreau (Homem de Ferro I, 2, e 3). Já começa e termina com uma admirável sequência com o herói menino correndo pelas selvas (e desta vez o 3D me pareceu mais necessário do que costume). Realmente a qualidade da tecnologia de CGI chegou a um ponto excepcional onde as paisagens (gerados por VFX) e os animais são caracterizados de forma sempre convincente. Realmente a que ponto chegamos num filme que é quase total animação (se bem que os “pupeteers”, ou seja a turma da Jim Henson Creature Shop, tenha tido também importância em sua manipulação) a não ser pelo menino Mogli (feito pelo garoto Neel, que é indiano de família mas nascido em Nova York em 2003. Simpático e espontâneo é uma escolha perfeita).

Na verdade a Disney parece ter acertado novamente conservando a estrutura do desenho original, mas também a expandindo (a mudança mais evidente é que no desenho o Rei Louie era um orangotango que não existe na Índia e agora foi transformado numa figura mítica ancestral dele, o gigantropithecus e ainda mais assustadora). Destaque para a primeira mulher fazendo a cobra Kaa (no caso Scarlett Johansson estava 8 meses grávida) e o último trabalho do humorista Garry Shandling, que morreu recentemente (como Ikki). Não há necessidade de se fazer uma sinopse de uma história tão conhecida, há trocas de alguns nomes e um final um pouco diferente mas que abre caminho mais fácil para uma continuação (que já esta em negociações no estúdio). Há também uma ceninha de árvores caindo na correnteza que lembra um pouco o filme da Pixar, O Bom Dinossauro (15). Mas o que importa é que o novo Mogli é uma grande diversão para adultos e crianças.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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