Doutor Sono

Durante muito tempo os fas do autor lhe indagaram o que teria acontecido com o menino Daniel Torrance ap?s o final de O Iluminado

11/11/2019 03:09 Por Adilson de Carvalho Santos
Doutor Sono

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Esse tem sido o ano de Stephen King. Depois das refilmagens bem-sucedidas de “Cemitério Maldito” e “It – A Coisa”, o autor norte-americano está de volta às telas com a esperada sequência de “O Iluminado”, livro de 1977 que foi adaptado pelo genial Stanley Kubrick em 1980.

Durante muito tempo os fãs do autor lhe indagaram o que teria acontecido com o menino Daniel Torrance após o final de “O Iluminado”. Em 2013, finalmente essa pergunta foi respondida quando foi lançado “Doutor Sono” e era uma questão de tempo até que este fosse adaptado para as telas. A missão foi conferida a Mike Flannagan, responsável pelo sucesso de “A Maldição da Residência Hill” da Netflix. O grande obstáculo para a adaptação é justamente um dos motivos mais louvados pelos fãs, o visual arrebatador impresso pela direção de Kubrick e a imagem indelével de Jack Nicholson arrebentando uma porta com o machado e gritando “Heeeere’s Johnny”.

Filme e livro são extremamente diferentes e já é notório que King abomina o filme de Kubrick, chegando a ter roteirizado uma refilmagem para a Tv em 1997. Ainda assim o filme de Kubrick se sobressai no imaginário popular e uma sequência do livro que ignorasse o filme de 1980 não seria estratégico em um mercado tão competitivo quanto as bilheterias mundiais. Nesse ponto que Flanagan consegue realizar a tarefa hercúlea de fazer de “Doutor Sono” uma continuação do livro de Stephen King mantendo várias referências ao filme protagonizado por Jack Nicholson.

Daniel Torrance cresceu, e agora vivido por Ewan McGregor, afogou seu dom de ver os mortos na bebida seguindo os passos destrutivos de seu pai. Frequentando os Alcoolatras Anônimos, Daniel vai trabalhar em uma instituição onde conhece a pequena Abra ( a novata Kyliegh Curran), uma menina com os mesmos poderes de Daniel. Desenvolve-se uma relação paternal que será essencial para que ambos enfrentem a perigosa seita “True Knot”, liderado pela misteriosa Rose (Rebecca Fergunson). Os membros da seita mantem-se imortais sugando a essência vital e os poderes de pessoas como Daniel e Abra.

Convencer o autor a fazer do filme um equilíbrio entre o livro e conhecido filme de 1980, celebrado como um dos mais assustadores de todos os tempos, foi um mérito e tanto para Flanagan. Foi sua ideia que o escritório em que Daniel é entrevistado para o emprego é o mesmo em que seu pai foi atendido antes de assumir a função de zelador do Overlook Hotel. Várias tomadas filmadas tentam criar referências visuais que são um deleite para quem gosta do filme original. O endereço da pequena Abra é 1980, o ano do filme de Kubrick; e Danny Lloyd, que interpretou a versão criança de Daniel Torrance, é um dos espectadores na sequência do jogo de baseball. Como Jack Nicholson já se aposentou há algum tempo, o fantasma de Jack Torrance é vivido por outro ator; no caso Henry Thomas, que foi o menino do clássico “E.T – O Extraterrestre” de Spielberg.

Claro que tantas referências, um festival de Easter Eggs, complementam uma história onde o sobrenatural não passa de uma alegoria para os traumas da mente humana, algo em que King sempre se sobressaiu em seus romances. O filme encerra as adaptações de Stephen King para esse ano, mas abre a porta para novos filmes, inclusive o próprio Mike Flanagan já demonstrou interesse em trabalhar outros textos do autor, o que sem dúvida será bem vindo, e por que não dizer iluminado.

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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