RESENHA CRTICA - GLOBO DE OURO 2019: Green Book - O Guia (Green Book)
Na verdade, o melhor filme desse Farrelly, misturando humor, racismo, msica, amizade, num roteiro muito bem desenhado que tem a alegria de reunir dois atores no melhor momento de seu tempo
Green Book - O Guia (Green Book)
EUA, 2018. Direção de Peter Farrelly. Roteiro de Nick Vallelonga. Bryan Hayes Currie e Farrelly. Com Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardelini, Sebastian Caricalto, Mike Hatton, Dimiter Marinov, P.J. Byrne. Coprodução de Octavia Spencer.
É uma pena custar um pouco demais para estrear esta surpreendente comédia dramática do Peter Farrelly (que fez comédias como Quem vai Ficar com Mary?, O Amor é Cego, Ligado em Você e que já indicado como roteiro para o Globo de Ouro (como roteiro e diretor) melhor filme em Boston, Austin, Denver, Detroit, Hollywood Film Awards, Mil Valley, Middleburg, New Orleans, Palm springs, Philadelphia, San Diego, StLouis, Toronto Canadá, Virginia, Twin City.
Na verdade, é o melhor filme desse Farrelly, misturando humor, racismo, música, amizade, num roteiro muito bem desenhado que tem a alegria de reunir dois atores no melhor momento de seu tempo. Claro que já seria exagero elogiar o Maherhala Ali (que ganhou o Oscar por Moonlight, Sob a Luz do Luar, 16) que recompõe uma figura composta e pedante, com total carisma. Mas talvez a figura mais marcante seja a de Viggo Mortensen, que ultimamente também tem se demonstrado melhor do que se podia imaginar e aqui acerta em cheio, deixando-se engordar e fase comédia (ou composição). A história é real e muito interessante, começa em 1962, quando Tony Lip em 1962, Vallelonga, testa de ferro e segurança de vigaristas ou bandidos, trabalha como segurança num night club de luxo e muito famoso. Mas por causa de uma briga na hora errada o lugar é fechado e Tony vai procurar trabalho junto com um brilhante pianista negro que precisa de um guarda-costas/segurança que cuide dele numa viagem pelo interior do sul, através de cidades sempre um pouco racistas. Acabam acertando o projeto, mas a viagem é cheia de conflitos e lições para ambos os lados. Música, violência, lições de vida (quem faz a mulher de Viggo é a esforçada Linda Carvellini) e o filme aos poucos vai fazendo sentido, aos poucos formando a amizade.
O resultado do filme é mostrar tudo com humor na medida certa, com o elenco todo aparecendo de forma oportuna. Mas também humano e social. Neste momento teve bilheteria de cerca de 32 milhões de dólares. Experimentem, que vão gostar.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.