Misso Globo de Ouro e Oscar: A Polmica

A grande polmica do momento por aqui com este filme, que surgiu de parte alguma, foi logo ganhando prmios de crtica.

08/01/2013 00:00 Por Rubens Ewald Filho
Missão Globo de Ouro e Oscar: A Polêmica

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A grande polêmica do momento por aqui é com este filme, que surgiu de parte alguma, foi logo ganhando prêmios de crítica. Mas é o que se desconfiava, delírio coletivo, outro filme superestimado da Katherine Bigelow, depois daquele Oscar imerecido de Guerra ao Terror.

O escândalo está nos jornais porque a CIA declarou que é mentira o que o filme mostra, com os prisioneiros sendo torturados. E agora deputados republicanos acham que foram violados segredos e o filme foi vítima de favoritismo, querem convocar os envolvidos para explicarem isso. Ou seja, é um escândalo complicado e que pode abalar as chances do longa para o Oscar®.

O roteirista é o mesmo de guerra, Mark Boal, que afirma ter se baseado em fatos reais. Por outro lado acho que ele pode invocar a liberdade de informação e se negar a entregar aqueles que passaram as informações. Se continuar negando pode até ir preso. Ou seja, o caso é mais feio do que parece.

Estive lendo o roteiro ontem do filme e ele conta que começou fazendo outro filme sobre o fracasso da busca de Bin Laden quando foram surpreendidos pela morte dele. Mudaram de rumo e começaram tudo de novo, a partir do fato de que a maior parte dos funcionários da CIA são mulheres (o que não se sabia) e isso explica o fato de termos uma protagonista feminina, uma mulher obsessiva que passa 12 anos pesquisando onde poderia estar o terrorista e feita pela atriz da moda, Jessica Chastain (não tenho opinião formada sobre ela, que não participa do assalto à casa fortaleza onde ele estaria, mas fica no escritório. Jessica tem uma cena forte de briga onde faz todas as caretas que tem direito, mas por enquanto não compartilho o entusiasmo por ela).

Na verdade, já perceberam que fiquei decepcionado. São quase três horas de projeção correndo atrás de pistas erradas (os coadjuvantes não são muito conhecidos de propósito) enquanto os chefes do governo não acreditam de que a pista é verdadeira (James Gandolfini tem poucas cenas como o mais graduado).

Muito escuro, o filme tem coisas inexplicáveis. Por exemplo, os helicópteros vão tentar entrar na casa onde Laden está escondido e fazem o maior barulho natualmente... mas ninguém parece percebe, nem na casa nem no vizinho (Boal diz que foi assim que contaram que sucedeu).

A primeira parte é burocrática, ainda que enfrentemos dois atentados, um num restaurante e outro homem bomba e assim percamos a boa presença da inglesa Jennifer Ehle. Fazem um carnaval danado de que Bigelow dirige filme de homem, ou seja de ação e morte, mas nao achei o filme cheio de suspense e emocionante como diziam.

Além de longo demais, tudo é muito escuro nas cenas do ataque, difícil de distinguir muita coisa (mesmo a vítima que é mostrada pouco e sem detalhes).

Resta, é claro, a tortura que está na primeira parte do filme que sempre são cenas penosas de assistir com a perigosa mensagem de que a primeira pista para encontrar Laden foi conseguida desta forma. Enfim, não é tudo isso de que falavam.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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