RESENHA CRTICA: Amor Sem Fim (Endless Love)

Refilmagem do clssico de Zeffirelli, segundo Rubens Ewald Filho o original era melhor

09/06/2014 14:47 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Amor Sem Fim (Endless Love)

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Amor Sem Fim (Endless Love)

EUA, 14. Direção de Shana Feste. Com Gabriella Wilde, Alex Pettyfer, Bruce Greenwood, Joely Richardson, Robert Patrick, Rhys Wakefield . 103 min.

 

Em 1981, o diretor italiano Franco Zeffirelli que havia ficado famoso nos Estados Unidos por sua bonita e acessível versão de Romeu e Julieta, resolveu adaptar um romance de Scott Spencer (Amor Maior Que a Vida), que se tornou um enorme sucesso apesar das críticas negativas. Por várias razões, a maior delas sendo uma canção tema Endless Love, que chegou a ser indicada ao Oscar® e foi outro êxito espetacular (interpretada por Lionel Richie em dupla com Diana Ross). Na época também já existia o prêmio Framboesa e por isso foi indicada como pior filme, pior atriz (Brooke Shields), coadjuvante (Shirley Knight), ator novato (Martin Hewitt), roteiro e direção. Mas como sucede com frequência não estavam certos. O público jovem adorou o filme, que ainda considera o filme um clássico, dentre outras razões porque marcou a estreia de duas futuras estrelas, James Spader (fazendo o irmão dela) e o muito jovem Tom Cruise (numa ponta marcante que o ajudou na carreira). O único que não deu muito certo foi Martin Hewitt, que venceu 5 mil candidatos a protagonista. Mesmo assim fez alguns outros filmes até se aposentar e abrir um negócio de inspecionar casas para segurança e para venda.

Mas na verdade, Hewitt tinha algo ameaçador (era meio gordinho e tinha a cara de pobre que o personagem exigia). E Brooke era a ninfeta da excelência da época, tendo feita uma prostituta vendida em bordel em Pretty Baby e apareceu seminua em Lagoa Azul. Na verdade, tudo no original era melhor. Para aceitar esta refilmagem é preciso aceitar que um par de adolescentes se apaixone instantaneamente e ache que o amor dele é sem fim! (embora ambos aparentem bem mais idade, o que estraga já a proposta do filme!). Tem que achar que os pais são falsos, fingem querer proteger os filhos, mas no fundo seriam idiotas. Tem também ter dois pesos, duas medidas. Os pais pobres são boa gente e virtuosos e os ricos só porque tem grana automaticamente são vilões.

O filme começa na formatura com a heroína Jade escorregando quando recebe o diploma (o que não tem maior consequência!).Ela nunca deu bola para a escola porque perdeu o irmão mais velho de câncer dois anos antes e ainda não se conformou. Mas tem um colega pobre, loiro e pretensioso, apaixonado por ela (o insuportável Alex Pettyfer, que é inglês e já estragou A Fera, Eu Sou o Numero Quatro e até o indestrutível Magic Mike). Os dois se encontram numa festa na casa dela e tudo já explode numa paixão enorme. No original eles são mais novos (15 e 17) e o rapaz é realmente dado a atos de violência. Ou seja, apesar dos pesares a paixão sem limites realmente fazia mais sentido, era mais perigosa. De qualquer forma, o filme é tão sem sentido que a gente começa anotando as besteiras: cenas de sexo sem paixão e banais, ficando-se mais em closes, os pais são parecidos demais, o incêndio e depois a conversão são realmente espantosos. Registramos que é dirigido por uma mulher Shana Feste que fez o musical country Onde o Amor Está.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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