Sem Filhos (Sin Hijos)
Uma com�dia sem gra�a, tecnicamente competente e sem apela��es ou gritarias como as nossas


Sem Filhos (Sin Hijos)
Espanha, Argentina, 2015. 90 min. Direção de Ariel Winograd. Com Maribel Verdu, Diego Peretti Guadalupe Manent, Horacio Fontova, Marina Bellati, Martin Pioransky.
As comédias brasileiras andam em tão mal estado (não é o fato de algumas terem 3 milhões de espectadores que isso a torna melhores) que serve de consolação o fato de que as argentinas não estão muito melhores. Esta aqui que é uma coprodução com a Espanha e traz a estrela espanhola Maribel Verdu (de longa carreira mas que teve um de seus momentos maiores com E Sua Mãe Também, Labirinto do Fauno e anteriormente Os Amantes de Vicente Aranha e Sedução de Fernando Trueba). Ela faz parceria com o veterano argentino Diego Peretti (que tem outro filme entrando em cartaz aqui, Papéis ao Vento).
O argumento é tão banal que nem os norte-americanos seriam capazes de utilizá-lo, dada sua previsibilidade. De qualquer forma, teriam escalado um ator mais jovem um pouco do que Diego que convenceria melhor como o marido divorciado que cria sua filha (a mulher está grávida de um marido seguinte). O problema vejam que besteira! É que tempos atrás ele conheceu uma espanhola atraente com quem não pode viajar (Maribel ainda em forma) e que faz questão de dizer que odeia crianças. Tempos depois, sendo dono de uma loja de instrumentos musicais, a reencontra e começam a namorar, em encontros sexuais muito intensos. E o que ele pode fazer com a filha? Não precisa ser adivinho para perceber como tudo vai terminar, apesar de terem chamado para o papel uma garota gorda, feiosa e pedante que não ajuda nada. Há filhas e filhas, mas com aquela do filme realmente exigiria um super esforço para assumir.
Enfim, uma comédia sem graça, tecnicamente competente e sem apelações ou gritarias como as nossas.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho � jornalista formado pela Universidade Cat�lica de Santos (UniSantos), al�m de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados cr�ticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores ve�culos comunica��o do pa�s, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de S�o Paulo, al�m de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a d�cada de 1980). Seus guias impressos anuais s�o tidos como a melhor refer�ncia em l�ngua portuguesa sobre a s�tima arte. Rubens j� assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e � sempre requisitado para falar dos indicados na �poca da premia��o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores f�s da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole��o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa��es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para miniss�ries, incluindo as duas adapta��es de “�ramos Seis” de Maria Jos� Dupr�. Ainda crian�a, come�ou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, al�m do t�tulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa��es. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicion�rio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o �nico de seu g�nero no Brasil.

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