Os Melhores e Piores do Ano 2015: O Cinema Brasileiro

Confira os destaques do cinema nacional deste ano

30/12/2015 21:40 Por Rubens Ewald Filho
Os Melhores e Piores do Ano 2015: O Cinema Brasileiro

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Os Melhores e Piores do Ano 2015 – O Cinema Brasileiro

Por que o público esnoba o filme nacional de qualidade? Será que só assiste comédia? E ainda assim grossa e gritada? Por que outras comédias estrearam este ano e fracassaram? E por que os melhores filmes do ano são ignorados? As respostas podem ser diversas e não definitivas. Começando pela auto-estima baixa e a crise financeira (ninguém quer ver filmes brasileiros e pagar para sofrer, preferem rir, já que a situação esta ruim e vai ficar ainda pior!). Talvez simplesmente nem saibam que esses bons filmes existem e não acreditam mais nos críticos que elogiam a torto e a direita (vejam o caso de Chatô, que os críticos elogiaram erroneamente e foi desprezado pelos espectadores).

Enfim, esta é uma lista do que melhor fez o cinema nacional em 2015. Se um dia passar na Globo procurem assistir.

1-Que Horas ela Volta? - O melhor filme de Anna Muylaert. Deveria ter ficado entre os finalistas do Oscar e não teve o público que merecia quando esteve nas salas. Preguiça, pouco caso ou má divulgação? Mas todos que assistiram gostaram. Regina Casé sempre foi grande atriz (lembram de Eu, Tu, Eles?) e dá seu show (o elenco de apoio é o ponto fraco).

2- Ausência de Chico Teixeira - O mesmo diretor fez o bom e surpreendente A Casa de Alice (07) e acerta novamente neste delicado drama sobre adolescência (e não é filme gay, vai mais adiante ainda). Elenco impecável.

3- A Hora e a vez de Augusto Matraga - Não confundir com o clássico de Roberto Santos homônimo (que aliás você encontra no Youtube na íntegra ainda que em cópia ruim). Esta nova versão foi feita pelo diretor de novelas, Vinicius Coimbra, em 2011, mas ficou esse tempo todo proibido de circular porque a família do autor Guimarães Rosa o impediu. Mas tem ótimo elenco, uma bela fotografia e uma direção segura que incluiu a melhor interpretação do José Wilker nos últimos anos. Infelizmente o diretor não acertou no filme seguinte, também deste ano, A Floresta Que Se Move.

4- Chico: Artista Brasileiro - Miguel Faria Jr que fez um bom documentário sobre Vinicius acerta em cheio num documentário divertido e musical sobre Chico Buarque de Holanda. Ele está engraçado, sincero, num filme bonito e musical, que o público acaba por aplaudir.

5- O Último Cine Drive-in de Iberê Carvalho - Bonito e humano. O titulo já conta a história enquanto Othon Bastos brilha como costume.

6- Últimas Conversas de Eduardo Coutinho - Filme póstumo do grande e insubstituível diretor e Mago dos documentários. Como sempre humano e surpreendente.

7 - Casa Grande de Felipe Barbosa - Talvez um pouco superestimado porque ganhou vários festivais, até no exterior. Mas dá uma visão interessante de adolescente em família em crise financeira que inicia romance com garota de classe mais pobre. Suzana Pires e Marcello Novaes estrelam.

8- Cássia Eller de Paulo Henrique Fontenelli - Bom documentário musical sobre a cantora /roqueira.

9-Tudo que Aprendemos Juntos, de Sergio Machado - Cheio de boas intenções e bons atores, a história da orquestra sinfônica de Heliópolis. Uma restrição: é muito mal desenvolvido o personagem do Lázaro Ramos, que é um chato egocêntrico, que não faz amizade com as crianças pobres, insiste em lutar só por sua ascensão pessoal. Era só ver os filmes de trama semelhante para se ver que o certo é o professor se humanizar e mudar, e não os alunos! Ou a gente da periferia.

10- Infância de Domingos de Oliveira. Sou fã do diretor desde Todas as Mulheres do Mundo e renovo minha simpatia junto com a sua ótima autobiografia (nas livrarias). Fernanda Montenegro faz sua avó numa comédia de costumes deliciosa.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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