Um dos personagens mais adaptados da literatura, Drácula teve esse ano a comédia Reinfield - Dando o Sangue Pelo Chefe, e agora ganhou uma nova releitura dirigida pelo norueguês Andre Ovredal (Historias Assustadoras para Contar no Escuro). Sua história, contudo, faz um recorte da obra de Bram Stoker, explorando apenas um capítulo do clássico, a viagem do navio russo que leva Drácula da Romênia para Londres. Estranhos eventos acontecem à tripulação, durante as quatro semanas no mar, que tenta sobreviver à tempestade, mares agitados e à presença impiedosa do vampiro à bordo do navio. Claro que transformar um capítulo breve em um longa-metragem leva os roteiristas Bragi F. Schut e Zak Olkewicz a tomarem liberdades com a história, inserindo personagens como Clemens (Corey Hawkins), a clandestina Anna (Aisling Franciosi), o garoto Tobey (Woody Norman) entre outros. O filme consegue ser uma curiosa incursão pelo universo do vampiro, sem intenção de inovar ou revolucionar. Na verdade o filme serve um feijão com arroz competente no nível da narrativa, mas criando um clima claustrofóbico favorável, lembrando algumas vezes Alien o 8º Passageiro de Ridley Scott. O visual de Drácula também é convincente para as pretensões do filme, embora um CGI convencional, mas explorando a aparência de Nosferatu em vez do nobre sedutor como Christopher Lee e Gary Oldman. Sem dar spoilers, o final traz um gancho para uma possível sequência que poderá explorar as complexidades de Drácula, e quem sabe assim a última viagem do Deméter possa ser a primeira de uma franquia vampiresca. Enquanto isso esperemos pelo novo trabalho de Ovredal, a sequência Historias Assustadoras para Contar no Escuro 2. A viagem pelo terror continua.