Em Breve nos Cinemas!

Conheça alguns filmes que estarão em breve num cinema pertinho de você!

27/10/2017 22:22 Por Felipe Brida
Em Breve nos Cinemas!

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Ontem cedo teve cabine do filme Terra selvagem ("Wind River", 2017, 107 minutos, escrito e dirigido por Taylor Sheridan), que entra em cartaz no Brasil no dia 02 de novembro, distribuído pela Califórnia Filmes.

Baseado em fatos reais, estreou em Cannes, ganhando lá o Un certain regard, de melhor diretor para Taylor Sheridan, também responsável pelo roteiro.

Com carreira em ascensão, ele escreveu mais um filme eletrizante de ação, cotado para os principais prêmios do cinema americano no próximo ano. Enquanto as histórias dos seus anteriores "A qualquer custo" e "Sicario" se passavam no calor infernal do Texas e do México, respectivamente, em "Terra selvagem" leva o telespectador para o extremo frio das montanhas congeladas de Wyoming. Lá o corpo de uma mulher indígena é encontrado com marcas de violência. A Polícia Tribal, liderada por um bom Graham Greene (com atuação de destaque), investiga o caso com o apoio de uma agente novata do FBI (Elizabeth Olsen), que não conhece a região, e de um caçador inconformado com a morte da filha (Jeremy Renner). Tudo se complica quando descobrem outros corpos na neve gerando ao público um clima de desconfiança e tensão a todo minuto.

Possivelmente será finalista do Oscar, com bons motivos: a fotografia no gelo impressiona (há tempos não via a neve tão bem mostrada nas telas), o roteiro é caprichado (uma caçada a assassinos com investigação criminal envolta em um quebra-cabeça de peças bem soltas), o elenco, integrado. Taylor Sheridan (que é ator) nos arrebata com uma direção segura, criando personagens violentos, produtos do meio hostil onde vivem, fazedores das suas próprias leis. Imperdível!! Dia 02 de novembro nos cinemas.

 

Assisti nesta quarta-feira, em cabine, ao filme Deserto (2015, 88 minutos, escrito e dirigido por Jonás Cuarón), que estreia nos cinemas no dia 02 de novembro, distribuído no Brasil pela Esfera Filmes. O promissor filho do cineasta mexicano Alfonso Cuarón realiza um bom filme em seu segundo trabalho na direção. Produzido por Alfonso e pelo ator Gael García Bernal, protagonista aqui, o filme é um thrilller do começo ao fim sobre caçada aos imigrantes ilegais na fronteira dos Estados Unidos com o México, num lugar perigoso, inabitado, tomado pelo sol escaldante. Bernal lidera os membros do grupo de imigrantes fugindo a todo custo de um caçador impiedoso (Jeffrey Dean Morgan), que, apoiado em seu rifle, atira para matar igual quando caça coelhos. Além das balas certeiras, conta com o auxílio do cão, chamado de Rastreador, que também caça humanos.

No meio do nada, nos cactos e nas pedras, um a um cai pelo caminho com os tiros restando três ou quatro que arrumam alternativas de esconderijos.

Apesar de ser uma obra de única nota, é um grande exercício de câmera; o diretor captou bem o calor e a aridez do deserto, com ótimas sequências de tensão, comprovando domínio de técnicas fotográficas, da música (trilha sonora excitante, do francês Woodkid), da condução do thriller, de como gravar perseguições num lugar difícil e afinar o todo num discurso político - em tempos de calamidade do governo Trump, o filme cai como uma resposta vigorosa ao presidente norte-americano e trata a sério a questão das barreiras aos imigrantes, aqui condenados à execução.

Não deixem de conferir. Dia 02 de novembro nos cinemas.

 

Manifesto (co-produção Alemanha/Austrália, 2015, 95 minutos, escrito e dirigido por Julian Rosefeldt). Exibido nos Festivais de Sundance, Rotterdam e Tribeca, entrou ontem em cartaz no Brasil, distribuído pela Mares Filmes.

Um filme desafiador, já na minha lista dos melhores do ano, com um trabalho visceral e fora do comum de Cate Blanchett num tour-de-force interpretando 13 personagens em manifestos efusivos, alguns históricos, contra todo tipo de sistema e convenções. Cheiro de Oscar no ar... Na pele de uma viúva no funeral do marido, de um andarilho, de uma cientista (numa cena lindamente alusiva à "2001", com direito ao monolito negro), de uma operária no chão de fábrica, de uma professora com metodologias revolucionárias ou de uma ventríloqua que manipula um boneco em autoimagem, por trás existe um grito desesperado por mudanças, em uma sociedade deteriorada pelo modo capitalista de viver. As declarações públicas dos personagens surgem em referências claras a artistas modernos e contemporâneos que romperam com a arte tradicional (Kandinsky, Braque, Godard, Rodchenko etc). Para o diretor, só a arte, engajada e sincera, poderá salvar a humanidade de um sistema falido para habilitar uma nova práxis e por consequência reconstruir um novo mundo. Uma obra experimental desconcertante e urgentemente obrigatória! 

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Sobre o Colunista:

Felipe Brida

Felipe Brida

Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com

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