RESENHA CRTICA: Snowden Heroi ou Traidor (Snowden)

Este filme marca o retorno do antigamente famoso diretor Oliver Stone que foi perdendo credibilidade, mas acaba se tornando redundante e como sempre muito discutvel

08/11/2016 22:01 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Snowden Heroi ou Traidor (Snowden)

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Snowden: Heroi ou Traidor (Snowden)

EUA, 16. 134 min. Direção de Oliver Stone. Com Joseph Gordon-Levitt, Shailene Woodley, Melissa Leo, Tom Wilkinson, Zachary Quinto, Nicolas Cage, Rhys Ifans, Joely Richardson, Timothy Olymphant, Scott Eastwood. Ben Chaplin.

Este filme marca o retorno do antigamente famoso diretor Oliver Stone que foi perdendo credibilidade com filmes onde defendia teses politicamente duvidosas só para criar polêmicas e por fim confusão. Aqui no Brasil ele viria a uma das Mostras de São Paulo mas foi bloqueado quando não o deixaram entrar no pais porque não tinha “visto” brasileiro (ele estava apresentando um documentário horrível onde tentava santificar os governantes do Brasil, Venezuela e Bolívia, todos hoje já de patéticas histórias de fracassos. O filme se chamou Mi Amigo Hugo (Chavez) de lamentável passado e carreira). Mas Oliver teve seus momentos (acabou de completar setenta anos e não demonstra sinais de preguiça, este seu filme tem inúmeras locações, grande elenco e enorme falação. E teve 19 produtores!). Teve maior sucesso e respeito quando foi premiado com o Oscar com Platoon (86) e depois com os interessantes Wall Street I e II, Nixon, JFK a Pergunta Que Não Quer Calar, Salvador, Nascido em Quatro de Julho, a biografia dos The Doors. Mas também o excessivamente violento, Assassinos por Natureza, o fraco Selvagens, o muito decepcionante W. Sobre George Bush!

Volta aqui num filme de 40 milhões de dólares (que rendeu 21) e que acaba se tornando redundante e como sempre muito discutível. Na verdade, aqui no Brasil deve interessar uma parcela pequena do público, os curiosos por política e tecnologia e mesmo a História americana, onde mais uma vez se comprova que há uma longa distância entre os que os governos afirmam e aquilo que na verdade professam! O personagem ainda está hoje na Rússia na falta de outro lugar melhor (mas a terra de um ditador maluco não parece nada segura!), mas acho difícil consumir um filme longo e confuso sobre um sujeito de valor discutível. Ainda mais com um ator que quando mais tenta, pior vai ficando.

Num primeiro momento eu até torci por Joseph Gordon-Levitt (cujo avô foi um grande diretor, Michael Gordon, que fez com Doris Day e Rock Hudson Confidencias a Meia Noite e teve problemas com a perseguição do McCarthismo!). Até porque havia sido coadjuvante em série de comédia de TV (3rd Rock of the Sun que foi grande sucesso). Mas passada a surpresa continuou fazendo personagens que se repetem e a que nada acrescenta. Não é versátil e faz tudo com a mesma cara de perdido, nem como jovem rebelde chega a imprimir. Vide como foi mal recentemente em A Travessia, aqui ainda mais porque nem se parece de longe com o verdadeiro protagonista, Edward Snowden.

Logicamente o filme segue o que se imagina, a trajetória do rapaz desde que resolve ir trabalhar no Serviço Secreto americano aproveitando seu especial talento para lidar com computadores e que tais. Chega a ser até curioso ver Nicolas Cage fazendo pouco mais do que um ponta e não matar ninguém como tem feito em fitinhas insuportáveis. Reuniu-se um elenco de peso em torno das confissões de Snowden, mas tudo vai se acumulando de maneira previsível (nem o romance com Shaileene convence muito) e sem grandes novas revelações. Ia dizer que talvez para americano o filme pareça mais interessante do que para nós. Mas seria besteira, vendo pelo filme o que experts fazem nos bastidores e são capazes de fazer com a gente, só mesmo temendo por nossa sorte nas mãos de qualquer espião ou pseudo autoridade.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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