Dossie Bond 18: 007 O Amanha Nunca Morre

O segundo filme da era Brosnan foi o canto do cisne para o produtor Albert Broccoli, que faleceu durante a producao

18/06/2021 04:44 Por Adilson de Carvalho Santos
Dossie Bond 18: 007 O Amanha Nunca Morre

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Depois de ter adaptado os títulos de todos os livros escritos por Ian Fleming, o 18º filme da série foi batizado a partir de um erro de digitação. A princípio o filme se chamaria “Tomorrow Never Lies” (O amanhã nunca mente), alterado para “Tomorrow Never Dies” (O amanhã nunca morre). A mudança agradou aos produtores, assim Pierce Brosnan entrou na pele do agente secreto favorito do público pela segunda vez.

A mudança inesperada do título acompanhou a criativa vilania da trama em que um magnata das comunicações financia operações militares que podem provocar um conflito entre a China e o Império Britânico, assim controlando as manchetes do dia seguinte. Uma espécie de mistura megalomaníaca de William Randolph Hearst com Goldfinger, que seria a princípio interpretado por Anthony Hopkins, mas atrasos nas filmagens levaram o eterno Hannibal a optar pelo papel de herói mascarado em “A Máscara do Zorro”. Elliot Carver acabou sendo vivido pelo ator galês Jonathan Pryce, que se tornou o único vilão de 007 a ter uma esposa, a sedutora Paris, papel que ficou com Teri Hatcher, na época a estrela da série “Lois & Clark”, uma mulher do passado de Bond. O papel foi pequeno e poderia ter sido melhor desenvolvido pelo roteiro de Bruce Feirstein, mas a inesperada gravidez da atriz convenceu os produtores a reduzir sua participação na trama. Bond, além do mais, deveria permanecer um sedutor sem laços emocionais fixos. O papel chegou a quase ficar com a italiana Monica Belluci, que anos mais tarde veio a participar de “007 Contra Spectre”. Papel de maior destaque ficou com a atriz e bailarina malaia Michelle Yeoh como a agente Wai Lin, que auxilia Bond, garantindo uma movimentação mais ativa na trama. O papel projetou o nome de Michelle Yeoh internacionalmente, e no ano seguinte a atriz esteve em “O Tigre & O Dragão”, que definitivamente lhe abriu as portas do sucesso.

Famosa por ser convincente nas cenas de luta, sem precisar de dublê, Michelle foi membro da equipe de Jackie Chan, e sua presença intimidou vários dublês ao ponto dos produtores requisitarem a equipe para coreografar algumas cenas. Foi memorável a sequência em que Bond e Wain Lin estão algemados e conduzindo uma moto em fuga pelas ruas vietnamitas (na verdade as filmagens foram feitas na Tailândia) enquanto são perseguidas por um helicóptero. As locações ainda incluíram sequências em Londres e Alemanha, mas foi a segunda vez que os tradicionais estúdios Pinewood não estavam disponíveis para a produção. Na época, este estava sendo usado para “Star Wars Episódio I – A Ameaça Fantasma”. O segundo filme da era Brosnan foi o canto do cisne para o produtor Albert Broccoli, que faleceu durante a produção, e a ele o filme é dedicado.

O filme foi o segundo da franquia a ter duração menor que duas horas. Isso não acontecia desde “007 Os Diamantes são eternos”, de 1971, e ainda voltaria a acontecer em “Quantum of Solace” em 2018. O flme, dirigido por Roger Spottiswood, rendeu o dobro do filme anterior “007 contra Goldeneye”, mas ficou em segundo lugar nas bilheterias por ter sido lançado perto de “Titanic” de James Cameron. Na verdade, Roger Spottiswood assumiu a cadeira de diretor depois que Martin Campbell, de “Goldeneye” recusou-se a voltar preferindo fazer “A Máscara do Zorro”. Como carros estilosos sempre foram parte do glamour do personagem, o filme trouxe Bond de volta no clássico Astor Martin operado por controle remoto no celular de 007, em uma empolgante sequência de fuga.

Dos quatro filmes estrelados por Pierce Brosnan, “007 O Amanhã nunca morre” é o que apresenta a melhor trama embalado pela voz de Sheryl Crow na abertura do filme. Não há dúvida que solidificou ainda mais o personagem no final dos anos 90, garantindo a volta do ator irlandês para mais dois filmes. Certamente para o herói de Fleming, o amanhã está garantido.

 

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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