OSCAR 2014: lbum de Famlia

Indicado para Atrizes, Meryl Streep e Julia Roberts, "duas indicaes sem chance"

08/02/2014 11:51 Da Redação
OSCAR 2014: Álbum de Família

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Álbum de Família (August: Osage County)

EUA, 13. Direção de John Wells. Baseado em peça de Tracy Letts. Meryl Streep, Julia Roberts, Ewan McGregor, Chris Cooper, Abigail Breslin, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis, Margo Martindale, Dermot Mulroney, Julianne Nicholson, Sam Shepard, Misty Upham. 121 min.

 

 

Estreou dia 25 de dezembro nos EUA este drama que é baseada em famosa peça teatral que ganhou os conceituados prêmios Tony e Pulitzer e  foi indicado para o Globo de Ouro de atriz (Meryl) e de atriz coadjuvante para Julia Roberts (para as duas não competirem uma com a outra) e é melhor elenco (já que de trata do Sindicato dos Atores).  Para o Oscar® apenas duas indicações sem chance, Julia Roberts e Meryl.

Não custa recordar que tem o mesmo título mas nada tem a ver com peça homônima de Nelson Rodrigues  e que o escritor Letts (apesar do nome Tracy é homem) foi quem escreveu os textos filmados por William Friedkin para os interessantes Possuídos e Killer Joe - Matador de Aluguel. É ator (da série Homeland, por sinal). Letts fez obviamente uma história autobiográfica inspirada em sua própria família que tinha 40 minutos a mais no palco do que na tela. E eu caí na minha própria armadilha. Sempre digo que não se deve ter expectativa com os filmes, que dessa forma eles nunca são o que a gente espera!

Isso deve ter comprometido minha visão do filme que não chega àquela lavação de roupa suja que  gosto de assistir no cinema (e teatro). Não é filme italiano, não é Nelson, mas a historia de uma família do famigerado Meio Oeste americano, Oklahoma e sua principal atração é o seu notável elenco que tem um pouco de tudo. Sem dúvida, traz a melhor interpretação de Julia Roberts desde Erin Brokovich (mas não significa muito porque andou fazendo filmes ruins e criando filhos, o publico tem ressentido sua decadência) e um papel de mãe monstro para Meryl Streep, que certamente não lhe dará mais um Oscar®, mas outra indicação (onde continua a ser recordista).

Esta é a historia da família Weston, Meryl é Violet, que esta sofrendo de câncer e é viciada em drogas, casada com um poeta conhecida Beverley (o dramaturgo Sam Shepard) e tem as filhas Barbara (Julia Roberts), Karen (Juliette Lewis) e Ivy (Julianne Nicholson). Violet tem uma irmã (a gorda e querida Margo Martindale), o marido dela (Chris Cooper) e o filho pequeno Charles (interpretado pelo ator da moda, único personagem mais simpático, o Benedict Cumberbtach, o novo Sherlock Holmes da serie inglesa).  

Quando Beverley comete suicídio, a família toda se reúne  trazendo seus problemas: Barbara (Julia) está no processo de se separar do marido (Ewan McGregor), Ivy tem um namorado secreto e pronta para deixar de cuidar da mãe e Karen chega com o noivo (Dermot Mulroney) que já se casou 3 vezes e se interessa demais pela filha de Barbara, de 14 anos (Abigail Breslin). Pronto: esta armada a confusão e  o picadeiro para o grande circo das refeições em família.   Acho que já falei ate demais, difícil alguém não se identificar com alguns dos personagens. O filme tem um problema óbvio: custa a começar e engrenar e toda sua primeira parte é lenta demais. Podia ter apresentado os personagens de maneira mais eficiente. Meryl Streep miraculosamente não super representa, aparece com cabelos curtos, que parecem ser resultado de doença e usa uma expressiva peruca negra (que por vezes a deixa como bruxa). Usando expressivamente as rugas, ela foge de clichês e tem mais uma interpretação notável. Não achei uma das melhores mas é por que o padrão ela é tão alto que fica difícil se superar. Talvez atrapalhe ser um personagem tão antipático (é viciada em drogas falta pouca para virar bruxa). Mas ela sabe de tudo e naturalmente domina o filme.

Julia (como incomoda aquelas marcas de veias na testa) esta séria, envelhecida, antipática. Mas melhor do que costume. Alguns atores consegue ter seu grande momento de humanidade, pequenos monólogos que garantem seu brilho: Margo revelando um segredo, Chris Cooper lhe dando uma bronca. Mas alguns não correspondem, Julianne não segura o seu desabafo final e Juliette Lewis parece que está no filme errado. Ewan McGregor resulta neutro e mesmo Benedict Cumbertbatch não convence (será que ele serve melhor para vilões? Ou tipos enigmáticos como seu Sherlock?). Ainda assim o drama vai aumentando e chega a um crescendo convincente e forte. 

Parece que a peça premiada não foi montada aqui porque tinha um elenco grande demais (e sai caro, não compensa encenar).  O diretor Wells fez antes A Grande  Virada (The Company Men, 10) e muitas séries de TV. A produção é dos Weinstein, que sempre fazem campanha pesada para o Oscar®. George Clooney é um dos produtores. O ótimo argentino Gustavo Santaolalla é o autor da trilha. E mais importante, a bela fotografia é o diretor de fotografia brasileiro Adriano Goldman, que fez Xingu, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, Jane Eyre, A Condenação360 de Meirelles, Closed Circuit.

 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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