RESENHA CRTICA: Perfeita a Me! (Bad Moms)
No acho que valha a pena ir ao cinema com um filme desse teor e que faz mais mal do que bem para a causa feminista ou feminina
Perfeita é a Mãe! (Bad Moms)
EUA, 16. 100 min. Direção e Roteiro de Jon Lucas, Scott Moore. Com Mila Kunis, Kristen Bell, Christina Applegate, Jada Pinkett, Kristin Hahn, Jay Hernandez, Wende Pierce, Martha Stewart, Wanda Sykes.
Esta é a estreia da dupla de roteiristas e diretores que escreveu Se Beber não Case, I, 2 e 3, Finalmente 18 (13) que foi a única direção anteriormente, e mais, Minhas Adoráveis Namoradas, Surpresas do Amor, Assalto de Dose Dupla, Eu Queria Ter a Sua Vida, Saindo de uma Fria. Ou seja, são clássicos da baixaria e pornô chanchada americana desta vez centradas em grupos de mulheres! Nem que seja para começar a contentá-las que sempre reclamam (e com razão) de que nunca são celebradas na tela. Aqui começou dando certo, já que o filme que custou pouco e já rendeu cerca de 52 milhões de dólares.
É verdade que é um filme endereçado somente para mulheres que curiosamente em geral rejeitam este estilo grosseiro e vulgar. Em geral, no Brasil isso faz com que algumas dessas pseudo comédias (famosas também por contar sempre as melhores piadas no trailer) nem sempre chegam aos nossos cinemas. E quando isso sucede como no recente Os Caça Noivas, com Zac Effron, não foi apresentado para a imprensa (e eu ate agora não consegui tempo para assisti-lo!).
Não é ruim a escolha do titulo um trocadilha com xingamento leve e até funciona a protagonista a russa e bonita Mila Kunis, que faz a mãe central, com casal de filhos e cachorro, entra em crise e estresse quando uma sucessão de coisas acontecem errado. Em geral, a crítica americana preferiu a já veterana Kathryn Hahn (que eu sempre detestei) como a mais engraçada. Kristen Bell usa seu tipo faceiro para ser a mais boazinha.
Muitos podem ter dificuldade em concordar com o ponto de vista do filme que é basicamente que as mulheres/mães tem todo o diretor e prazer de agirem como homens desmiolados, ou seja, beber ate cair, dançar grotescamente, falar palavrões e transar com toda a liberdade (ou libertinagem). Ou seja, é um filme bem Hollywood que procura celebrar os excessos, mas até certo ponto. Que poderíamos considerar também degradante e coisas do mesmo teor.
Kunis faz Amy, casada com dois filhos e um cachorro que descobre que o marido a está traindo há mais de um ano. Ele sai de casa e lhe cabe cuidar de tudo, ainda mais com a pressão de um grupo de mulheres da escola/bairro que exigem a perfeição. Até o dia em que ser reúne com duas amigas e botam para quebrar... Não acho que valha a pena ir ao cinema com um filme desse teor e que faz mais mal do que bem para a causa feminista ou feminina.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.