RESENHA CRTICA: Beira Mar (By the Sea)

Parece uma produo francesa de arte dos anos 70. E tem ainda o choque para o espectador masculino concluir que Deus justo e at Brad Pitt envelhece

03/12/2015 21:11 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: À Beira Mar (By the Sea)

tamanho da fonte | Diminuir Aumentar

À Beira Mar (By the Sea)

EUA, 15. 122 min. Direção de Angelina Jolie Pitt. Com Angelina Jolie, Brad Pitt, Melvil Popaul, Melanie Laurent, Niels Arestup, Richard Bohringer, Marika Green.

Não confundir com o Beira Mar, o filme gaucho gay que acabou de sair de cartaz (me parece que erraram porque não quiseram assumir na publicidade seu público alvo). Este aqui é o terceiro filme como diretora (e roteirista) de Angelina Jolie Pitt (ela assumiu o nome do marido), um projeto de total vaidade que é o primeiro encontro na tela do casal famoso que não trabalhava junto desde o notório Sr. e Sra Smith (exatamente há dez anos atrás quando os dois se conheceram e mudaram a vida deles, no meio de um grande escândalo. Há ainda gente nos EUA que não a perdoa porque Brad largou sua então companheira Jennifer Aniston por ela!).

Só que o projeto é totalmente diferente, na verdade, uma história que segundo a diretora foi inspirada na própria vida de sua mãe (já falecida de câncer) que vai mal de bilheteria mas que custou apenas dez milhões de dólares. Totalmente filmada numa ilha extremamente fotogênica que parece Grécia mas que se trata de Gozo, que faz parte da Ilha de Malta! A história (?) se é que tem, é em cima do casal que nos anos 70, chega a um hotel muito chique de um carro sofisticado para passar alguns dias. Ele, Roland é um produtor/ escritor que não está conseguindo escrever com bloqueio e Vanessa (Jolie) que foi bailarina. O filme é todo sofisticado com uma direção de arte de revista de decoração e um cuidado em todos os detalhes, incluindo a trilha musical do notável Gabriel Yared (Oscar por O Paciente Inglês), fotografia de Christian Berger (indicado ao Oscar por A Fita Branca), desenho de produção de John Hutman (que era a única coisa decente de O Turista fracasso do qual Angelina o salvou).

Obviamente o casal está em crise, quase não se falam (a explicação para os problemas será revelada apenas nos últimos cinco minutos) e para ter alguma dinâmica na história ela descobre que há um buraco na parede do quarto onde é possível observar o que está acontecendo com o casal vizinho (eles veem mais do que a gente, aliás perdem uma boa chance de tornar os espectadores em voyeurs!). Eles são os famosinhos franceses Mélanie Laurent (Bastardos Inglórios, que por sinal também é diretora) e Melvil Poupaud (Lawrence Anyways, O Tempo que Resta).

Pena que o filme se arraste e mesmo com alguma nudez da diretora, nunca consiga emocionar ou nos envolver. Parece mais uma produção francesa de arte dos anos 70. E tem ainda o choque para o espectador masculino concluir que Deus é justo e até Brad Pitt envelhece.

Linha
tamanho da fonte | Diminuir Aumentar
Linha

Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

Linha
Todas as mterias

Efetue seu login

O DVDMagazine mantm voc conectado aos seus amigos e atualizado sobre tudo o que acontece com eles. Compartilhe, comente e convide seus amigos!

E-mail
Senha
Esqueceu sua senha?

Não é cadastrado?

Bem vindo ao DVDMagazine. Ao se cadastrar voc pode compartilhar suas preferncias, comentar ou convidar seus amigos para te "assistir". Cadastre-se j!

Nome Completo
Sexo
Data de Nascimento
E-mail
Senha
Confirme sua Senha
Aceito os Termos de Cadastro