OSCAR 2015 - RESENHA: A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)

Filme que conta a trajetória do cientista Stephen Hawking é bem feito

29/01/2015 16:46 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2015 - RESENHA: A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)

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A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)

Inglaterra, 14. 123 min. Direção de James Marsh. Roteiro de Anthony McCarten baseado em livro de Jane Hawking. Com Eddie Redmayne, Felicity Jones, Tom Prior,  Sophie Perry, Finlay Wright Stephens, David Thewlis e Emily Watson.  

Já é uma tradição, a cada ano o cinema britânico tem sempre dois ou três filmes que acabam entre os finalistas do Oscar®. São sempre filmes de custo relativo, mas que brilham pelo trabalho dos atores, o cuidado da produção, o humanismo das situações. Nesta temporada este foi o caso de dois dramas biográficos, O Jogo da Imitação e este bonito e delicado A Teoria de Tudo, que conta a trajetória do cientista Stephen Hawking, pelo ponto de vista de sua primeira mulher, Jane.

O que eu achei muito curioso é o fato de que o filme foi realizado por um documentarista, mesmo que premiado com o Oscar® (o britânico Marsh, que ganhou o Oscar® por seu competente documentário O Equilibrista, 2008, sobre o rapaz que anda na corda bamba entre as torres do World Trade Center). Depois disso também dirigiu o mediano Shadowdancer (12, com Clive Owen), outro documentário Projeto Nim, (11).  Ainda assim não esperava um resultado tão competente.

Todo mundo conhece ou já ouviu falar de Stephen Hawking, o cientista mais famoso de sua geração, que sofre de doença degenerativa o que não impediu de se tornar um gênio cujas idéias e propostas até hoje são altamente polemizadas. O diretor de propósito fez um filme bonito, com imagens idílicas de Oxford, uma trilha musical muito delicada de Johann Johansson o que resultou em cinco indicações ao Oscar®: melhor filme, ator Eddie Redmayne, atriz Felicity Jones, roteiro e justamente trilha musical (o caso mais discutível é da mocinha Felicity, que procura ser radiante, depois de aparições não muito memoráveis O Nosso Segredo sobre Charles Dickens, Loucamente Apaixonados, Paixão Perfeita e Um Dia Perfeito para Casar).

Você conhece Eddie Redmayne, um magrinho, branquelo e que fez o soldado de Les Miserables, mas tem muita carreira na tela (como o vilão do que vai estrear, O Destino de Júpiter, 7 Dias com Marilyn e que já ganhou o Tony da Broadway por Red).  Ele tem se dado bem com os prêmios (já ganhou o Sindicato dos Atores e também o Globo de Ouro), não há duvida que é competente.

Gosto menos do roteiro do filme que segue a regra, apresentando o herói dentro de sua normalidade ate quando aparecem os sinais da doença e a namorada insiste em casar com ele apesar dos prognósticos pessimistas. Aí esta o problema, porque o casal vivia relativamente feliz, mas na vida real eles se separam. Então o filme vai pisando em ovos para não deixar a esposa com imagem negativa, mesmo ela tendo novo casamento! E justamente quando ele fica deformado e luta contra a doença, vai saindo de cena (em vez de acentuar sua luta como fizeram, por exemplo, em Meu Pé Esquerdo com Daniel Day Lewis), ao menos eu queria mais. Como tenha curiosidade de encontrar para ver a biografia que foi feita com outro ator genial britânico recente, que é Benedict Cumberbatch (A História de Stephen Hawking, 04, feito para a TV).

De qualquer forma, o filme é bem feito e deve agradar.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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