RESENHA CRTICA: As Duas Faces de Janeiro (The Two Faces of January)

Apesar das locaes curiosas na Grcia, no d para se envolver com a histria

16/12/2014 12:26 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: As Duas Faces de Janeiro (The Two Faces of January)

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As Duas Faces de Janeiro (The Two Faces of January)

Inglaterra, França, EUA,  14. 96 min. Direção de Hossein Amini. Com Viggo Mortensen, Kirsten Dunst, Oscar Isaac, Daisy Bevan, David Warshofky, Prometeus Aleifer.

Como diz a propaganda, dos mesmos produtores de O Espião que sabia Demais, do autor (na verdade, autora) de O Talentoso Mr. Ripley, e do escritor de Drive (escrito em 64). Na verdade, o destaque maior tinha que ser mesmo para a autora original do livro que é a grande e famosa e polemica Patricia Highsmith (1921-95), cuja obra tem sido toda traduzida para o Brasil e deve seu êxito ao fato de que foi descoberta por Alfred Hitchcock, fez Pacto Sinistro (em 51, Strangers on a Train, depois várias vezes refeito) e em 1960, por René Clement, que fez o maravilhoso O Sol por Testemunha (Plein Soleil, com Alain Delon, aquele que seria depois refeito também magnificamente como O Talentoso Mr. Ripley!). Não Bastasse isso também encantou Wim Wenders que aproveitou seu O Amigo Americano (77) que fez com outros livros com o personagem também viessem para o cinema (O Retorno do Talentoso Ripley, 02, Ripley no Limite, 05) e dois ainda inéditos, Carol e The Blunderer.

De qualquer forma, o responsável aqui é o Hossein Amini, nascido no Iran, mas que emigrou cedo para a Inglaterra, tendo escrito roteiros de filmes famosos tais como Paixão Proibida (Jude, 96), com Kate Winslet, de Michael Winterbottom, Asas do Amor (The Wings of the Dove, 97), de Iain Softley, que lhe deu indicação ao Oscar®, Honra e Coragem, As Quatro Plumas, de  Shekar Kapur (02), e os mais recentes, Drive (11), Conspiração Xangai (10), Branca de Neve e o Caçador (12), 47 Ronins (13) e o ainda inédito Our Kind of Traitor. Ou seja, tem um curriculum super respeitável que nos fazia esperar um filme mais forte e interessante do que este. Onde não sabe nem aproveitar direito o elenco, todos em momentos fracos, inclusive o há pouco revelado Oscar Isaac (do filme dos Irmãos Coen, Inside Lewellyn Davis, enquanto a encantadora Kirsten Dunst além de fazer pouco tem uma saída de cena muito infeliz.

Apesar das locações curiosas na Grécia, não dá para se envolver com a história. Em 1962, um casal americano rico, Chester MacFarland (Viggo) e sua mulher mais jovem Colette (Dunst) chegam de barco em Atenas (mais tarde a ação transcorre também em Istambul e Creta). Ao visitar Acrópolis, encontra um americano que fala grego, Rydal que se oferece com guia. Naturalmente é um vigarista mas não tem o que se surpreender quando descobre que o casal esconde segredos perigosos. E tem que ajudar a se livrar do corpo de um sujeito que teria tentado matar Chester. Logo se forma também um triângulo amoroso citando as duas faces de Janus, mito da dualidade, a face interna e a externa. Não achei o suficiente, porém, para salvar um thriller menor e desfocado.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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