RESENHA CRTICA: Trash, a Esperana Vem do Lixo (Trash)

Trash, a Esperana Vem do Lixo (Trash)

08/10/2014 10:44 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Trash, a Esperança Vem do Lixo (Trash)

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Trash, a Esperança Vem do Lixo (Trash)

Inglaterra/Brasil, 14. Direção de Stephen Daldry. Com Wagner Moura, Rooney Mara, Martin Sheen,  Selton Mello, André Ramiro, Nelson Xavier, Stepan Nercessian, Maria Eduarda, Jesuita Barbosa , André Zettell. Co-produção da O2 de Fernando Meirelles.  Roteiro de Richard Curtis, mais Felipe Braga, Andy Mulligan (autor do livro original de 2010). Música de Antonio Pinto.

 

O cinema brasileiro tem tido uma fase tão ingrata este ano em particular com tantas decepções de bilheteria de filmes de qualidade (injustamente rejeitados pelo público) que parece temerário estrear esta co-produção do ilustre Meirelles com um dos mais respeitados cineastas britânicos de sua geração, Stephen Daldry,que foi revelado por Billy Elliot, 2000, que no palco depois levou o Tony, seguido por As Horas, 02, o também premiado O Leitor (08) para Kate Winslet e seu mais fraco e inconvincente, Tão Forte, Tão Perto, 11, sobre 11 de setembro.

Parece que foi Daldry e a atração por garotos desvalidos (como se fez em Billy Elliot e de certa maneira também em Tão Forte), que teve a ideia de chamar simplesmente  o mais admirado e bem sucedido roteirista britânico da atualidade,  Richard Curtis (Um lugar chamado Nothing Hill, Quatro Casamentos e um Funeral, Simplesmente Amor e Questão de Tempo). Embora  um mestre em comédia romântica não consigo ver a sua familiaridade com uma favela carioca e muito menos com garotos de rua criados com a ajuda de um padre americano (Martin Sheen, meio perdido) e uma jovem professora americana (Rooney Mara, desperdiçada). Para brasileiro que nasceu vendo o assunto e filmes sobre o gênero  (com frequência feita por estrangeiros como o bonito Favela de Arne Sucksdorf) as ilusões e boa vontade foram ficando pelo caminho, de forma que é preciso mais do que boa vontade e poesia a la Orfeu Negro (do Carnaval) para ele se sustentar.

Então este filme muito bem feito, bem dirigido, vai esbarrar com uma plateia já cansada do assunto, por culpa da crueza do dia a dia, dos noticiários, das verdades cruéis que hoje nem mais são escondidas. E por mais que o cinema tentasse e faça uma tentativa honrosa, o buraco é sempre mais embaixo. Fica difícil engolir uma historia de ação, meio thriller, onde há fugas mirabolantes e uma fidelidade de três mosqueteiros entre os heróis. Ninguém mais se assusta em ver deputado corrupto (Stepan) ainda mais depois do atual filme de O Candidato Honesto. Nem medir o esforço de Selton Mello,ao se tornar o mais cruel dos policiais (mesmo indo contra tipo) nem de louvar novamente Wagner Moura, que aparece logo no começo do filme e aparentemente some. Felizmente ele reaparece para acrescentar detalhes à trama e esclarecer quem é aquela criança que necessita ajuda.

Uma coisa esplendida que é finalmente já como os americanos e os antigos italianos, atores infantis, muitos vezes encontrados na rua e na miséria, para viverem personagens autênticos e humanos. Os três garotos não sabem como nós que eles estão vivendo clichês de dezenas de outras fontes e conseguem sempre ter uma presença vibrante e convincente. O espectador que terá que perder sua desconfiança e deixar-se conquistar pelo filme, que se não é excepcional resulta bem feito e satisfatório. Embora eu tema que ele seja mais compreendido no exterior do que por estas bandas.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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