RESENHA CRTICA: A Garota no Trem (The Girl on the Train)

Mais uma decepo num ano onde j tivemos tantas

27/10/2016 00:46 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: A Garota no Trem (The Girl on the Train)

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A Garota no Trem (The Girl on the Train)

EUA, 16. 112 min. Direção de Tate Taylor. Com Emily Blunt, Haley Bennett, Rebecca Ferguson, Luke Evans, Justin Theroux, Allison Jenney, Edgar Ramirez, Lisa Kudrow, Laura Prepon. Baseado em livro de Paula Hawkins adaptado por Erin Cressida Wilson.

Não gosto de Tate Taylor como diretor. Ex-ator e roteirista ele teve a chance de sua vida quando a autora do livro original sua amiga o forçou a realizar Histórias Cruzadas, 11 que foi um sucesso e o levou a fazer a seguir, A História de James Brown (Get on up, 14, que nem passou em nossos cinemas). Ainda assim conseguiu fazer este projeto que era muito esperado, inclusive porque se esperava um sucesso semelhante ao de outra garota, Garota Exemplar, 14, de um diretor muito mais competente que é David Fincher.

Mas porque não gosto do moço que nem conheço? Porque acho que ele não tem o toque de diretor, o olhar, o saber envolver um espectador e criar um suspense, mais do que apenas a história de uma mulher neurótica que anda para cima e para baixo num trem e começa a observar uma outra que é mais jovem e parece que tem mais sorte na vida. Prova disso está no fato do que o filme da Universal e também com a mão de Spielberg foi uma decepção. Custou 45 milhões de dólares e até agora rendeu 58 nos EUA mais 45 no exterior. E parece que não vai render a indicação ao Oscar que todo mundo prometia para Emily Blunt (que a esta altura já esta rodando Mary Poppins. Quem ia fazer o papel central era Michelle Williams e curiosamente o personagem é infértil e Emily estava grávida durante as filmagens aqui ). E curiosamente o livro mantém ainda o recorde de ser o livro que se tornou best-seller mais rapidamente em toda a história do gênero. Ficou 15 semanas na lista de mais vendidos e vendeu mais de 3 milhões de cópias no primeiro momento.

A história é a de Rachel Watson que se divorciou e se tornou alcoólatra. A cada dia ela toma um trem a caminho de seu trabalho em Nova York. E sempre o trem passa diante de uma velha e bonita casa onde ela viveu com seu marido e onde agora está ele com nova mulher e criança. Amargurada ela passa a tentar segurar sua dor e passa a observar outra casa próxima, a de Megan e Scott Hipwell. E na sua cabeça cria uma fantasia, um lugar ideal com uma família perfeita. Mas um dia ela observa algo que a choca, deixando-a cheia de raiva. Acorda no dia seguinte com uma tremenda dor de cabeça, vários machucados e nenhuma lembrança da noite anterior. Apenas a sensação de que sucedeu algo de ruim. Até quando aparecem os repórteres daTV Megan Hipwell (vivida pela inglêsa Haley em papel que era para ser de Kate Mara. Haley fez o papel feminino central de Sete Homens e um Destino), está desaparecida e Rachel sente-se na obrigação de seguir o caso e tentar descobrir o que sucedeu com ela, onde está e o que aconteceu naquela noite.

Muitos vêem no filme semelhanças com a obra de Hitchcock, entre elas, a mulher que desapareceu (A Dama Oculta), a garota no chuveiro (Psicose) e Um Corpo que Cai (a garota no museu olhando o quadro). Detalhe: há também um psiquiatra para complicar e o papel é feito pelo latino venezuelano Ramirez. Mas a reação geral da critica é a velha afirmação leiam o livro que ele é muito melhor que o filme.

O roteiro é infeliz em varias coisas, indo e vindo no tempo. E para se conhecer melhor a sumida, assistimos a sessões com seu psiquiatra, onde ela exibe momentos de sexo. Há outra cena pouco lógica em que ela conta para o marido da sumida que viu a moça beijando um outro sujeito no terraço da casa (e o marido é super forte feito por Luke Evans). E por melhor ator que seja a Emily, seu personagem é antipático e desprezível. Fica muito difícil aceita-la assim o resto dos personagens, todos desagradáveis (assim como o maldito trem que não para de cruzar a tela). Ou seja, mais uma decepção num ano onde já tivemos tantas.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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