Dia dos Namorados 2020: Renovacao do Amor
Celebrando o dia dos namorados desse atipico ano, descobrimos ou redescobrimos titulos, seja inedito para uns ou reprise para outros
Em tempos de isolamento social, os filmes têm sido as melhores companhias seja em solitárias exibições em casa ou reunindo família, amigos e namorados. Celebrando o dia dos namorados desse atípico ano, descobrimos ou redescobrimos títulos, seja inédito para uns ou reprise para outros, que oferecem uma agradável lembrança de que mesmo em meio a uma pandemia, apaixonar-se diante das telas mantem um forte apelo diante do público, uma segura catarse que renova nossa esperança e sensibilidade.
O cinema sabe como mexer com nossos sentimentos, e cientes de toda bela história de amor enfrenta obstáculos os roteiristas usam todos os artifícios que a imaginação permite para não poupar lágrimas. Assim, a solitária médica Dra Kate Forster (Sandra Bullock) se vê na inusitada situação de descobrir o amor pelo arquiteto Alex Wyler (Keanu Reeves) que ocupam a mesma cabana mas separados pelo tempo já que vivem em períodos de tempo diferentes. “A Casa do Lago” (The Lake House), lançado em 2006, ganhou muitos admiradores revivendo a química entre os atores que já haviam contracenado em “Enquanto Você Dormia” (While You Were Sleeping) de 1995. Neste, a talentosa atriz se faz passar pela noiva inexistente de um advogado que está em coma, se aproxima de sua família e se apaixona pelo irmão dele, vivido por Bill Pullman. Ambos os filmes de Sandra mostram uma jovem mulher em situações incidentais e esdruxulas, superadas pela determinação de viver um grande amor.
A conquista de um grande amor não tem regras, está acima até do bom senso, imaginemos então tentar conquistar a mesma mulher todo dia porque ela não se lembra de você. É necessária uma dose de humor, e criatividade extra, como verificamos em “Como se Fosse a Primeira Vez” (50 First Dates) na história de Henry (Adam Sandler) e Lucy (Drew Barrymoore), sempre agradável de rever na Tv toda vez que passa. O mesmo efeito apaixonado e leve nos conduz pelo simpático “500 Dias Com Ela” (500) no relacionamento entre Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) e Summer Finn (Zooey Deschanel). Dirigido pelo então estreante Marc Webb, o filme mostra que não há obstáculo maior do que não acreditar na existência de um amor verdadeiro. Parafraseando Renato Russo, que não existe razão nas coisas feitas pelo coração. Uma boa amostra de que pessoas tão diferentes quanto Eduardo & Mônica podem se apaixonar é o que acontece com a publicitária Amanda (Cameron Diaz), desacreditada no amor e que jamais derrama uma única lágrima por seus fracassos sentimentais, até que conhece o viúvo Graham (Jude Law) durante uma curta estadia em Londres no divertido “O Amor Não Tira Férias” (The Holiday), que ainda traz Jack Black em um atípico papel romântico ao lado de Kate Winslet, a estrela de “Titanic” (1998), suprassumo do romantismo desafortunado embalado pela canção de Celine Dion.
Se toda grande história de amor precisa de um tema musical adequado, por que não uma embebida de canções pop. Em “Muito Bem Acompanhada” (The Wedding Date), Kate (Debra Messing) se apaixona por um gigolô, o simpático Nick (Dermot Mulroney) quando o contrata para o papel de noivo fake ao som da balada clássica “Save your last dance for me” regravada por Michael Bubblé. Outro tema meloso é a bela canção “How Long Will I Love You” da banda escocesa The Waterboys, regravada por Ellie Goulding para o romance entre Mary (Rachel McAdams) e o viajante do tempo Tim (Domhall Gleeson) em “Uma Questão de Tempo” (2013). Inevitável lembrar então os acordes de “Thinking Out Loud” na voz de Ed Sheeran para embalar o doloroso romance entre o Will Traynor (Sam Caflin) e Louisa Clark (Emilia Clarke) saído das páginas de “Como Eu Era Antes de Você” (Me Before You), best-seller da autora inglesa Jojo Moyes celebrado pela atual geração de leitores que não tem vergonha de abraçar a pieguice, quando a favor de uma história envolvente, com personagens fáceis de se identificar. Esse público lê o livro e assiste o filme com a mesma disposição de expiar os próprios sentimentos por vezes represados ou muitas mal resolvidos.
É nesse sentido que o autor Nicholas Sparks se destaca com louvor e encerra essa seleção com um de seus melhores trabalhos adaptados para as telas. “O Diário de uma Paixão” (The Notebook) com Rachel McAdams e Ryan Gosling vivendo as versões jovens de James Garner e Gena Rowlands em uma história de amor, dedicação e sacrifício que atravessa décadas. Curiosamente, é notório que durante as filmagens toda a química caliente entre McAdams e Gosling desaparecia e eles se desentendiam constantemente. É desse filme piegas sim, e sem vergonha de ser, que lembramos a passagem que diz “O melhor tipo de amor é o que desperta a alma e nos faz procurar mais. Que acende o fogo em nossos corações e nos tranquiliza a mente. Isso é o que você me deu. E o que esperava lhe dar para sempre. Te amo.” A todos feliz dia dos namorados.
DEDICADO À MINHA ESPOSA REJANE QUE DESPERTA O FOGO DA PAIXÃO E A TRANQUILIDADE DA ALMA.
Sobre o Colunista:
Adilson de Carvalho Santos
Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com