Natalie Wood: Aquilo que Persiste

Natalie Wood: Aquilo que Persiste nos traz um vislumbre nao so da atriz, mas tamb?m da mae, filha e esposa

09/06/2020 17:56 Por Adilson de Carvalho Santos
Natalie Wood: Aquilo que Persiste

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Sucesso e felicidade parecem tão antagônicos que todas as estrelas de cinema parecem padecer de dor e angustias que as distanciam, em suas vidas reais, de todo o esplendor impresso nas telas. Natalia Nikolaevna Zakharenko atuou em dramas e comédias ao longo de quase 4 décadas e nos deixou tragicamente. Apesar das circunstâncias misteriosas de sua morte, até hoje constantemente lembradas, a HBO nos trouxe esse mês o documentário “Natalie Wood : Aquilo que Persiste” que nos traz um vislumbre não só da atriz, mas também da mãe, filha e esposa que o mundo reconhece como uma das grandes atrizes do panteão hollywoodiano.

 Apresentado pelas filhas da atriz, o documentário nos conduz pela carreira de Natalie, nascida em San Francisco em 1938, mas criada diante das câmeras desde os 4 anos, estimulada pelos pais, imigrantes russos, principalmente sua mãe que projetou na filha seus próprios sonhos de estrelato. Iniciada em Hollywood como atriz mirim em filmes como “O Amanhã é Eterno (1946) e “O Fantasma Apaixonado” (1947), Natalie parecia desde cedo destinada ao estrelato com uma impressionante naturalidade diante das câmeras. Não à toa tornou-se a atriz mais jovem a ser indicada três vezes ao Oscar, aos 25 anos, recorde recentemente quebrado por Jennifer Lawrence e Saoirse Ronan.

 De criança prodígio, Natalie tornou-se uma bela adolescente aos 16 anos atuando com o mito James Dean em “Juventude Transviada” em 1955, seguido de pequena participação em “Rastros de Ódio” (1956) de John Ford. O documentário da HBO, dirigido por Laurent Bouzereau, apresenta várias imagens do arquivo pessoal da atriz além dos bastidores dos filmes do quais participou.

 Conforme as imagens seguem percebemos emoções contidas em cada palavra de Natasha Gregson Wagner, a filha mais velha de Natalie, de sua irmã Courtney Wagner e dos ex maridos Richard Gregson (1930 – 2019) e Robert Wagner, com quem Natalie se casou duas vezes, e que se tornou o principal alvo de suspeitas da morte da atriz. Nota-se nas palavras do ator um tom de “mea culpa” misturado a uma tentativa de esclarecer sua inocência de acusações maliciosamente levantadas.

 Para o fã do cinema clássico hollywoodiano o documentário ganha em todos os momentos que Natalie aparece em cena demonstrando a versatilidade com a qual conduziu sua carreira. Trabalhou com o mítico Elia Kazan que a dirigiu em 1961 em “Clamor do Sexo” (Splendor in the grass) no qual brilhou ao lado de Warren Beatty em atuação densa, sofrida, mas também exercitou a leveza de sua veia cômica ao lado de Tony Curtis por duas vezes, em 1964 com “Médica bonita e solteira” (Young doctors in love) e em 1965 com “A Corrida do Século” (The Great Race). Como não se impressionar seja com a doçura de sua Maria em “Amor Sublime Amor” (West Side Story) de 1961, dirigida por Robert Wise , ou a bela voz com a qual cantou em “Em Busca de um Sonho” (Gypsy) em 1962, um privilégio que não teve na época de ‘West Side Story”, no qual foi dublada. Foi no final dois anos 60, quando uma Natalie Wood madura e sensual surgiu em “Bob, Carol, Ted & Alice” (1969), quatro anos depois de ter tentado o suicídio.

 Nos anos 70 se afastou do cinema e se reinventou na Tv sendo premiada com o Golden Globe de melhor atriz pela mini-série “A um passo da eternidade”, mas recebeu duras críticas ao interpretar Maggie na refilmagem televisa de “Gata em Teto de Zinco Quente” contracenando com Lawrence Olivier como Big Daddy e com seu próprio marido Robert Wagner (casados pela segunda vez) como Brick.

 Todas essas faces surgem na tela do documentário sem se propor a resolver o mistério por trás de sua morte por afogamento acidental em 1981, mas mostrar a trajetória de uma talentosa atriz que sofreu com os próprios demônios, fez tudo para estar com sua família, seu lado de mãe protetora, mulher ciumenta, atriz dedicada, em qualquer que seja o adjetivo, uma mulher inesquecível de várias formas, que bem poderia ser lembrada na letra e voz da canção “Unforgettable” de Nat King Cole pois sua essência de fato persiste.

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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