Terror em Amityville I e II

O casal George (James Brolin) e Kathy (Margot Kidder) muda-se com os filhos pequenos para um antigo casarao em Amityville, que no ano anterior foi palco de um crime horrendo. Eles nao sabem que o novo lar e? possuido por um esp?rito do mal em busca de vinganca

01/08/2019 12:43 Por Felipe Brida
Terror em Amityville I e II

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Terror em Amityville (The Amityville Horror). EUA, 1979, 118 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Stuart Rosenberg. Distribuição: Obras-primas do cinema. Disponível em DVD

Três semanas atrás foi anunciado um prequel do filme “Terror em Amityville”, que terá o título de “Amityville 1974” e explicará os terríveis fatos ocorridos com a verdadeira família DeFeo, que inspiraram o roteiro deste filme de 1979.

Baseado no livro homônimo de Jay Anson, “Terror em Amityville” obteve um inesperado sucesso nos cinemas na época, arrepiou o público com sua intrigante história de medo dentro de um casarão tomado por forças demoníacas. Com a repercussão, diretores copiaram a fórmula, e este filme deu origem a nove continuações (muitas delas diretamente para video), um remake e um reboot – mas este original foi eleito o mais famoso sobre casas mal-assombradas (não é o melhor, sinto problemas na montagem com cortes bruscos, mas tem clima e assusta).

Sobre a história real: em 3 de novembro de 1974, um casarão colonial em Amityville, localizado em Long Island, Nova York, virou palco de um assassinato chocante, em que morreram seis membros da família DeFeo. Pai e mãe foram mortos, assim como quatro filhos do casal, sem motivo aparente. O crime foi cometido pelo filho mais velho da família, Ronald, que confessou tê-los matado; segundo ele, uma voz macabra dentro de sua cabeça ordenou as mortes. Ele foi preso e julgado. Um ano depois, em dezembro de 1975, uma nova família mudou-se para a casa, os Lutz. O casal e os filhos pequenos foram cruelmente atormentados (primeiro o pai, depois o restante da família) por 28 dias, até que fugiram apavorados. O filme tenta ser fiel ao mostrar um pouco do terrível caso dos Lutz a partir do livro de Anson, que conviveu com a família para escrever a história. Ou seja, o que vemos na tela ocorreu, conforme fatos descritos no romance original (eu li recentemente, gostei e indico – saiu dois anos atrás pela Darkside Books). Quem tem medo de fitas de terror com fatos não explicados, atribuídos a fantasmas e demônios, pode ficar impressionado (a continuação, “Amityville II: A possessão”, é ainda mais tensa e forte).

“Terror em Amityville” recebeu indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro de trilha sonora. No elenco, além de James Brolin (pai de Josh Brolin) e Margot Kidder (a eterna Louis Lane da primeira franquia para cinema de “Superman”, dos anos 70 e 80) tem o premiado ator Rod Steiger como o padre (numa cena famosa em que moscas sobem em seu rosto), Don Stroud, Murray Hamilton, Helen Shaver, Michael Sacks e Val Avery.

Stuart Rosenberg (1927-2007) dirigiu pela primeira e única vez uma fita de terror; ele é conhecido por fitas policiais como “Matança em São Francisco” (1973), e dirigiu Paul Newman várias vezes, dentre eles em “Rebeldia indomável” (1967), “A sala dos espelhos” (1970), “Meu nome é Jim Kane” (1972) e “A piscina mortal” (1975).

Está presente no box “Trilogia Terror em Amityville”, pela primeira vez em DVD no Brasil, distribuído pela Obras-primas do Cinema. Vem junto a ótima continuação, “Amityville II: A possessão” (1982) e o inferior “Amityville 3: O demônio” (1983).

 

 

 

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Amityville II: A possessão (Amityville II: The possession). EUA/México, 1982, 104 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Damiano Damiani. Distribuição: Obras-primas do cinema. Disponível em DVD

Uma nova família, os Montelli, chega em Amityville, Long Island, e aluga o casarão da 112 Ocean Avenue para morar. Pai, esposa e filhos desconheciam a maldição que habitava a casa, e a partir de agora serão alvo de manifestações demoníacas.

Ainda melhor que o “Terror em Amityville” (1979), a continuação “Amityville II: A possessão” (1982) se passa antes do primeiro e explica os motivos da casa de Amityville ter sido mal-assombrada (Leia a crítica do filme “Terror em Amityville”). A fictícia família Montelli seria os verdadeiros DeFeo, aqueles que foram assassinados em 1974 (perceba que são um casal e quatro filhos). Reconstitui-se a origem de tudo, com muita tensão, medo e sequências de arrepiar.

A história continua macabra, aqui acrescentando possessão demoníaca do filho mais velho (a maquiagem continua assustadora, a voz grossa do personagem como se fosse o diabo falando dá medo), exorcismos, mortes brutais. Ela foi baseada não mais na obra de Jay Anson, mas no livro “Murder in Amityville”, de Hans Holzer.

Dino de Laurentiis produziu e trouxe para a direção Damiano Damiani (de fitas italianas de máfia, como “O dia da coruja”, “Confissões de um comissário de polícia” e “Advertência”), levando a equipe para gravar partes em estúdio no México e cenas externas nos Estados Unidos. Tudo com um novo elenco (tem Burt Young, James Olson, Rutanya Alda, o protagonista Jack Magner, Moses Gunn e Leonardo Cimino). O resultado deu certo, o clima de terror é melhor inserido, a história é contada com mais interesse. Tentou ser um recomeço, porém depois desse a franquia virou meleca, com nove continuações de ruim a péssimo, um remake fajuto, “Horror em Amityville” (2005), e o desprezível reboot “Amityville: O despertar” (2017).

O filme saiu mês passado no box “Trilogia Terror em Amityville”, pela Obras-primas do Cinema. Vem junto com a primeira parte, “Terror em Amityville” (1979) e com a terceira, “Amityville 3: O demônio” (1983).

 

 

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Sobre o Colunista:

Felipe Brida

Felipe Brida

Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com

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