RESENHA CR�TICA: Minha Filha (Ma Fille/ Figlia Mia)
Pode ser bem intencionado, mas falta talento na diretora e o fato � que a menina Sara Casu � a melhor do elenco


Minha Filha (Ma Fille/ Figlia Mia)
Itália, 2018. 1h37min. Direção de Laura Bispuri. Roteiro de Francisco Manieri, Laura e a falecida Ann Homes (autora do livro que inspiro o filme The Mistress Daughter of a Memoir). Com Valeria Golino, Alba Rohrwacher, Udo Kier, Sara Casu, Michele Carboni, Emanuela Belanceta.
Exibido em Berlim, onde não foi premiado, mas foi muito elogiado pela crítica este drama italiano que tenta mas não consegue ter o tom épico e humano do antigo Neo-Realismo. Tem a sorte de apresentar talvez as duas melhores atrizes italianas do momento (Valeria um pouco mais velha é super premiada enquanto Alba é ídolo no momento na Itália, mas sempre interpretações frias e de uma origem estranha). É daqueles filmes em que a diretora coloca a câmera atrás dos personagens, que passam toda a trama toda entrando e saindo de momentos infelizes na vida das duas, principalmente porque devem muito dinheiro e a Alba bebe demais. Ambas tem problema em viver em regiões áridas, lidando com animais, sendo desprezadas pelos homens e principalmente a garotinha que não se sabe bem de quem é filha (a menina é a melhor coisa do filme que no entanto resulta banal e muito distante do belo cinema italiano de 50 anos atrás). Já não há mais mesmo Anna Magnanis ou Ingrid Bergman, o que vem desculpar um filme muito mal realizado e esforçado, mas nem por isso diferente ou muito tocante. Claro que a crítica atual tenta salvar esse gênero embora tenha tido prêmios menores (ganhou premio em Haifa, Bari, Hong Kong, jornalistas em Sanghai). Pode ser bem intencionado, mas falta talento na diretora e o fato é que a menina Sara Casu é a melhor do elenco.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho � jornalista formado pela Universidade Cat�lica de Santos (UniSantos), al�m de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados cr�ticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores ve�culos comunica��o do pa�s, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de S�o Paulo, al�m de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a d�cada de 1980). Seus guias impressos anuais s�o tidos como a melhor refer�ncia em l�ngua portuguesa sobre a s�tima arte. Rubens j� assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e � sempre requisitado para falar dos indicados na �poca da premia��o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores f�s da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole��o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa��es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para miniss�ries, incluindo as duas adapta��es de “�ramos Seis” de Maria Jos� Dupr�. Ainda crian�a, come�ou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, al�m do t�tulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa��es. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicion�rio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o �nico de seu g�nero no Brasil.

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