Qualquer Gato Vira-Lata 2

Miraculosamente esta continuação é muito, mas muito melhor que o primeiro

23/06/2015 15:33 Por Rubens Ewald Filho
Qualquer Gato Vira-Lata 2

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Qualquer Gato Vira-Lata 2

Brasil, 15. Direção de Roberto Santucci e Marcelo Antunez. Com Cléo Pires, Malvino Salvador, Dudu Azevedo, Rita Guedes, Fabio Jr, Stella Miranda, Letícia Novaes, Mel Maia, Alamo Facó, Yasmin Mitri. Roteiro de Paulo Cursino. Produção de Pedro Rovai.

O primeiro filme foi baseado numa peça do ator (e ótimo) Juca de Oliveira teve mais um milhão de espectadores mesmo sendo uma das piores comédias dos últimos tempos. Miraculosamente esta continuação é muito, mas muito melhor (coisa que os críticos brasileiros como sempre ressentidos com comédia e cada vez menos preparados). Certamente porque o diretor original Tomas Portella saiu para fazer outro filme (Desculpe o Transtorno com Gregorio Duvivier e sua ex- Clarice Falcão) e foi substituído pelo mago atual do gênero Roberto Santucci.

Conheço o diretor há muitos anos e já havia pressentido seu talento e ambição, tanto que cheguei a selecionar um filme de começo de carreira para o Festival de Paulínia. Depois disso deu provas de seu jeito para a comédia numa sucessão de sucessos (Até Que a Sorte nos Separe 1,2 e agora 3, Loucas para Casar, O Candidato Honesto, De Pernas para o Ar 1 e 2).

Rodado em grande parte num resort em Cancun, México, o que permite o uso de sucessos latinos tipo La Bamba, em alegres números musicais e o uso de cantores mariachis como piada (ainda que emprestado de outro filme que já fez isso) para não falar da paisagem tropical.

A verdade é que o roteiro não é especialmente brilhante, é a realização que aproveita todos os instantes para fazer piada e o elenco esta inacreditavelmente mais apto e preparado para o humor, começando com Cléo Pires em seu melhor momento, o surfista Dudu Azevedo inacreditavelmente mais solto e assim por diante.

A história começa quando Tati (Cleo) prepara uma complicada situação em que o amado Conrado (Malvino) deve lhe pedir em casamento em público,cercado de todos os amigos. Mas este recusa, ou melhor, se acovarda criando uma situação terrível. Mas o destino reúne os dois novamente em Cancun, onde ele vai fazer palestra sobre novo livro dele (que leva o titulo do filme) e por acaso aonde esta também a ex-namorada Rita Guedes (também em forma). O filme é rodado como farsa, sem muitas apelações (mal chega a ser pornochanchada) e tem uma grande sacada com a aparição inesperada (mas anunciada na imprensa) de Fábio Jr, o pai de Cléo na vida real. O interessante é que suas cenas são até emocionantes e funcionam bem.

Na verdade, o filme é muito bem conduzido tecnicamente, bem enquadrado, fácil de ver, com alguns momentos engraçados e o resultado perfeitamente consumível. Só não sei se essa mania de fazer continuações já não esta cansando... Na concepção do publico ainda o número 2 sempre é inferior ao primeiro. Não podem adivinhar que aqui sucedeu exatamente o contrario.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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