RESENHA CRTICA: Juntos e Misturados (Blended)
Segundo Rubens Ewald Filho, Adam Sandler e Drew Barrymore escorregaram nessa comdia sem maior graa, desajeitada e incompetente
Juntos e Misturados (Blended)
EUA, 14. 117 min. Direção de Frank Coraci. Roteiro de Ivan Menchell, Clare Sera. Com Adam Sandler, Drew Barrymore, Wendy McLedon Covey, Terry Crews, Kevin Nealon, Emma Fuhrman, Shaquille O´Neal.
Até agora tinham funcionado bem os encontros ocasionais da dupla Drew Barrymore com Adam Sandler, começando com o simpático Afinado no Amor (The Wedding Singer, 98), do mesmo diretor e que ate show da Broadway virou e o engraçado Como se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates, 04), de Peter Segal. Mas Sandler atravessa uma fase péssima e parece perdido ao atingir a meia idade – está perto dos cinquenta anos - e insistir em fazer o mesmo tipo de garotão bobo, que esta ficando anacrônico. Drew quem diria começou no cinema aos 3 anos e agora completa 40 anos, mantendo sua figura agradável.
O problema é que eles não conseguiram encontrar um roteiro decente e escorregaram nessa comédia sem maior graça, desajeitada e incompetente. Que se encerra inclusive numa sequência de férias na África do Sul (aliás, como outros filmes de Sandler que tem tido essa mania de aproveitar para levar os filhos em férias para lugares exóticos onde também aproveitam para rodar filmes). Aqui no caso é Sun City, um suntuoso e kitsch palácio de atrações exóticas e animais da selva, reserva animal (embora lá não tenha elefantes como no filme) e a cidade perdida. Assim toda a família Sandler de crianças e adolescentes aparece no filme quase como eles mesmos!
A crítica americana nunca gostou de Sandler (mas no Brasil ele sempre se deu bem, apesar dos filmes que vem piorando a olhos vistos). Mas é espantoso como ninguém se deu conta que a história era ruim, mal contada, com um script sem graça, coadjuvantes horríveis, situações embaraçosas. O ponto de encontro é um blind date (encontro as escuras) que se torna um desastre entre a divorciada Lauren (Drew) e o viúvo Jim (Adam). Juram nunca mais se encontrarem, mas uma série de coincidências faz com eles e a família (suas 3 garotas e os dois meninos dela) vão parar de férias na África. Tudo é mal justificado, mal escrito, mas possível de perdoar se tivesse alguma graça. Trata os africanos de modo discutível, a menina meio masculinizada se chama Espen em homenagem a ESPN (veja a ponto que chegaram!). Não funciona nem como chanchada, nem como comédia romântica. Um pavor.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.