Cultura e Poesia e Morte No Seculo XIX
Alvares de Azevedo foi um dos nomes mais estimados da poesia romantica brasileira


Álvares de Azevedo foi um dos nomes mais estimados da poesia romântica brasileira. Morreu aos vinte anos, em regiões obscuras das doenças do século. Sua influência central talvez tenha sido o francês Alfred de Musset. Lira dos vinte anos (1853), publicado após sua breve vida, é a suma de sua orientação estética, de seu jeito entre sombrio e sentimental de fazer poemas. Sua grande cultura de época e sua visão de mundo, jovem e decadente e decadentemente jovem, podem ser encontradas a cada passo de seus engenhosos versos tão brasileiros e no entanto tão abstratos. “As ondas são anjos que dormem no mar,/ Que tremem, palpitam, banhados de luz.../ São anjos que dormem, a rir e sonhar/ E em leito d’escuma revolvem-se nus!” “Dizei-o vós, dizei, ternos amantes,/ Almas ardentes que a paixão palpita,/ Dizei essa emoção que o peito gela/ E os feios nervos num espasmo agita.” “Eu morrerei mancebo.” “Mas ah! O viajor nos cemitérios / Nessas nuas caveiras não escuta / Vossas almas errantes... / Do estandarte medonho nos impérios / A morte, leviana prostituta, / Não distingue os amantes!” “Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, / Fumando meu cigarro vaporoso; / Nas noites de verão namoro estrelas; / Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!” Álvares de Azevedo é um poeta e uma personagem de seu tempo.
(Eron Duarte Fagundes – eron@dvdmagazine.com.br


Sobre o Colunista:
Eron Duarte Fagundes
Eron Duarte Fagundes é natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1955; mora em Porto Alegre; curte muito cinema e literatura, entre outras artes; escreveu o livro ?Uma vida nos cinemas?, publicado pela editora Movimento em 1999, e desde a década de 80 tem seus textos publicados em diversos jornais e outras publicações de cinema em Porto Alegre. E-mail: eron@dvdmagazine.com.br

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