RESENHA: O Palácio Francês (Quay D´Orsay)
RESENHA: O Palácio Francês (Quay D´Orsay)


O Palácio Francês (Quay D´Orsay)
França, 13. Direção de Bertrand Tavernier. Com Thierry Lhermitte, Raphael Personnaz, Niels Arestrup, Julie Gayet, Bruno Raffaelli, Thomas Chabrol, Anais Demoustier, Sonia Rolland e Jane Birkin. 113 min.
Este é o mais recente trabalho do já veterano crítico e cineasta Tavernier (Por Volta da Meia Noite), que desta vez procura satirizar o governo Francês (e quem quase esteve no Brasil para promover o filme foi Julie Gayet, que faz o papel secundário de Valérie. O negócio é que ela ficou famosa porque correu o boato, há duvidas se verdadeiro, de que ela estaria de romance com o atual presidente da França!).
Não gosto do titulo do filme que da ideia de romance e princesas quando se refere realmente ao Palácio do Governo, no caso foi de fato rodado no Palácio do Quay D´Orsay, o Ministério das Relações Exteriores, o que mostra liberalismo porque pretende ser uma sátira aos diplomatas que costumam administrar esse tipo Itamaraty deles!
Na verdade, o filme brinca com a figura de um certo Alexandre Taillars de Vorms que é um típico político, que vomita regras, fala muita besteira e realiza muito pouco. A narrativa é contada através de um novo funcionário do lugar, que consegue o emprego, um certo Arthur (Personnaz, um sujeito inexpressivo que esteve em Forças Especiais, Anna Karenina, e interpreta o galã Marius na nova trilogia marselhesa de Marcel Pagnol). Como o moço é sem graça, também o personagem é um mero observador, que pula de galho em galho, sendo jogado pelo vento do acaso nas mãos do veterano político (feito pelo também veterano Thierry Lhermitte, que tem seus momentos).
Sendo bem claro: o filme interessa 1) a quem trabalha em política e ministérios e secretarias porque irá reconhecer hábitos, pessoas e costumes; 2) quem especificamente é do ramo diplomático; 3) que tem contato próximo com políticos porque são todos iguais . Mas já vou avisando que é apenas uma brincadeira, zombando deles, mas sem tocar em qualquer ferida e que fica sem dizer coisa alguma de importante.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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