Uma Raridade do Diretor Peter Jackson - Forgotten Silver

É interessante saber da existência do projeto e do humor de seu autor

02/07/2018 16:53 Por Rubens Ewald Filho
Uma Raridade do Diretor Peter Jackson - Forgotten Silver

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Forgotten Silver

Nova Zelândia, 1985. 53 min. Documentário. Direção e roteiro de Peter Jackson, Costa Botes. Com Peter Jackson, Botes, Jeffrey Thomas, Marguerite Hurst e depoimentos de o crítico Leonard Maltin, Johnny Morris, o ator Sam Neill, Harvey Weinstein, John O´Shea.

Sempre se soube que o diretor neozelandês antes de ficar famoso com filmes épicos fantásticos e delirantes como A trilogia de O Senhor dos Anéis, de Hobbit, King Kong, desde garoto sempre gostou de experimentar com filmes amadores (mais ou menos como Spielberg fez), mas puxando sempre para um lado “trash”, satírico (conforme chegamos a ver em Trash Náusea Total, 87, Conheçam os Feebles, 89, Fome Animal, 92). Mas antes de partir para projetos ambiciosos como o drama nomeado para o Oscar Almas Gêmeas (94) (que revelou Kate Winslet), ele voltou ao trash, com um chamado “Mockumentary” justamente este “Prata Esquecida”, em que é o apresentador/narrador e que escondeu o projeto como se fosse absolutamente verdadeiro. E não uma brincadeira com os documentários que costumam ressuscitar filmes antigos e dados como perdidos, ou seja, “losts” e para dar credibilidade conseguiu depoimentos de gente famoso como ator Sam Neill, o crítico Leonard Maltin (famoso sua serie de Movie Guides, hoje falida) e o notório produtor Harvey Weinstein, o atual bandido do Oscar.

Nunca tinha ouvido falar desta bem humorada brincadeira que detalha a vida fantástica de um pioneiro do cinema, o fictício Colin McKenzie, mostrando como seu trabalho e pesquisas e realização ficaram até então perdidos para a história do cinema (eles esconderam o fato e só o revelaram um tempo depois do filme já ter estreado nas salas!). Segundo a narrativa dele teria sido um diretor de cinema genial, que hoje faria parte do panteão dos grandes inovadores, tendo feito incríveis inovações na tecnologia do cinema, já fazendo um filme falado em 1908, usando filme colorido em 1911, mas que na melhor tradição da história do cinema foi enlouquecendo, ficando pobre e vítima da indústria cinematográfica. Uma pena que a ideia seja melhor do que o resultado, que não chega a ser tão saboroso quanto se esperava. Embora tivesse ganhado um prêmio da televisão da Nova Zelândia, custou 650 mil dólares e nos EUA não rendeu mais do que 26 mil (há uma versão em DVD mais longa com cerca de 70 min). Achei que seria interessante vocês saberem da existência do projeto e do humor de seu autor. Não é tão exuberante e brilhante quanto desejaríamos. Mas não deixa de ser um curioso detalhe numa bem sucedida carreira do cineasta.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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