RESENHA CRTICA: A Quinta Onda (The Fifth Wave)
Evitem esse desastre e deixem para debochar e rir dele um dia em que estiver passando na TV
A Quinta Onda (The Fifth Wave)
EUA, 15. 112 min. Direção de J. Blakeson. Com Chloe G, Moretz, Liev Schreiber, Maria Bello, Ron Livingston, Nick Robinson, Akex Roe. Baseado em livros de Rick Yancey.
De todos os filmes já adaptados de livros da linha young adult este é o que pior resultou no cinema e duvido muito que a trilogia venha a continuar por causa do péssimo resultado, conseguido graças ao trabalho de um diretor desconhecido (esse Blakeson tinha feito apenas um longa antes o desconhecido Disappereance of alice Creed, 09) e um roteiro vergonhoso feito por gente mais famosa como Aviva Goldman (Uma Mente Brilhante), Jeff Pinker (Homem Aranha e deve ser porque Tobey McGuire assina como co-produtor), Susannah Grant (Eric Brokovich). Na verdade a história é uma mistura de todos os antigos filmes de invasão de extraterrestres de Guerra dos Mundos a outros menos famosos, prejudicado pela escolha da protagonista Chloe (que tem um tipo estranho, tem dez anos de carreira e até agora ainda não emplacou, embora tenha feito bem uma prostituta russa no filme recente de Denzel Washington). Não tem carisma para segurar uma heroína e ajuda o filme a se perder quando faz a estudante de high school que flerta com um colega - que depois ganhará o apelido de Zombie - feito por Nick Robinson que não marcou como o garoto do recente Jurassic World.
O problema é que a Terra esta sendo invadida por mais um grupo de ETS que começam a destruição do planeta aparentemente porque desejam habitar aqui, numa série de ondas, não de mar (embora um dos ataques seja assim, com maremotos e tsunamis, mas coisa rápida na tela), mas de diferentes ataques. As pessoas procuram fugir assim como sucede com a família da heroína que logo morre sobrando apenas ela e o irmãozinho mais novo que ainda vive agarrado a um ursinho de pelúcia...Fico com vontade só de raiva em contar a trama mas ela é tão obvia e evidente que não merece.
Basta dizer que a mocinha vai para o interior onde é socorrida desta vez por um galãzinho de olhos azuis (o britânico e fotogênico Alex Rose, ainda pouco conhecido). Daí em diante tudo é uma grande bobagem, com incríveis e ridículos encontros acidentais e uma conclusão fraca (os dois livros seguintes se chamam The Infinity Sea e The Last Star). Até os atores mais conhecidos, como a irreconhecível Maria Bello e o geralmente confiável Liev Schreiber, o Ray Donovan da TV, estão caricatos.
Enfim, evitem esse desastre e deixem para debochar e rir dele um dia em que estiver passando na TV.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.