RESENHA CRTICA: Passageiros (Passengers)

apenas uma aventura no espao que basicamente uma histria de amor. Isso no lhe parece que o suficiente?

03/01/2017 21:56 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Passageiros (Passengers)

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Passageiros (Passengers)

EUA, 16. 116 min. Direção de Morten Tyldum. Com Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Laurence Fishburne , Andy Garcia.

Os americanos têm um costume curioso de sempre desejar que você “have fun”, que tudo na vida devia ser antes de tudo “Fun!”. Ou seja, divertido, engraçado, bom para distrair e passar tempo. É um hábito que por sinal demonstra como em muitas coisas ainda são juvenis e ingênuos. Enquanto aqui temos a pretensão de querer entender as coisas e porque nos achamos inteligentes e intelectuais costumamos desprezar o que é apenas divertido. Vejam o exemplo de um filme espacial como O Abrigo, que chega a ser difícil de bem compreender, mas que mesmo assim é sucesso. Enquanto este aqui embora luxuoso (custou cerca de 120 milhões de dólares) teve as piores criticas que já em muito tempo na imprensa americana. Só porque é um filme de aventura, muito bem produzido (o desenho de produção é incrível, na concepção da nave, também os figurinos, e naturalmente os efeitos especiais). Mas não é nem quer ser 2001, uma Odisséia na Espaço.

É mais o que chamavam antes de Space Opera, uma história de amor entre um casal bonitão com destaque obvio para a bela e talentosa Jennifer Lawrence (que por este filme não terá Oscar). A referência mais próxima para mim é o primeiro filme dirigido por Douglas Trumbull (criador dos efeitos especiais de 2001) que se chamava Corrida Silenciosa (Silent Running, 72) basicamente com um único protagonista (o astronauta B Bruce Dern) que fica viajando sozinho pelo espaço sideral com suas plantas. Foi ao menos o pioneiro a contar a história parecida com esta.

Num futuro não tão distante, uma esplendida aeronave Starship Avalon leva um número enorme de emigrantes - 5.259 - que irá se instalar num outro planeta, já que o nosso já esgotou seus recursos. Só que a viagem dura anos (mais precisamente 120 anos) e o único jeito é deixar os passageiros hibernando. Até que acontece um defeito que faz um deles, Jim Preston (Pratt,de Jurassic Park), acordar e tentar viver sozinho com a única ajuda de um androide cuja missão é servir bebidas alcoólicas e dizer banalidades (Michael Sheen). Vivendo solitário, Jim não resiste quando se interessa pela bela Aurora (Jennifer), que tem pretensões de ser escritora e a quem faz despertar.

Embora já perto da conclusão do filme surjam outros personagens, a história é basicamente uma história de amor entre o casal enfrentando preconceitos e problemas. Além de terem que realizar efeitos notáveis para salvar a nave e os passageiros. Mas não há nada de “time line” ou intelectualismo. É apenas uma aventura no espaço que é basicamente uma história de amor. Isso não lhe parece que é o suficiente?

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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