Tristeza e Alegria (Sorg og Glaede)

É uma surpresa ver em cartaz esta história autobiográfica, feita com muita delicadeza e simplicidade, mas...

17/09/2015 16:31 Da Redação
Tristeza e Alegria (Sorg og Glaede)

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Tristeza e Alegria (Sorg og Glaede)

Dinamarca, 2014. 107 min. Direção de Nils Malmros. Com Jakob Cedergren, Helle Fagralid, Ida Dwinger.

Indicado no ano passado para o Oscar de filme estrangeiro (não ficou entre os finalistas), este é um drama de um diretor veterano e extremamente consagrado sem sua terra, por causa de seus trabalhos que giram em torno principalmente de adolescentes, seus romances e frustrações. Ao que se sabe nenhum deles passou comercialmente aqui e é uma surpresa ver em cartaz esta história autobiográfica, feita com muita delicadeza e simplicidade. Se fosse os americanos, teriam produzido um telefilme repleto de melodrama e trilha musical suntuosa. Mas ele preferiu contar a tragédia de uma maneira muito peculiar, humana, mas também fria como a paisagem que eles habitam.

O protagonista é portanto é Johannes um diretor de cinema ainda relativamente jovem e bem sucedido (há até uma sequência passada em Cannes onde ele mostrava um filme) que conhece Singe,uma professora por quem se encanta e eventualmente desposa. Mas a história já começa com outro choque. Johannes está voltando de uma palestra que teve que dar numa cidade próxima para retornar e encontrar a casa em que vive com a mulher e a filha, ainda um belo bebê de olhos azuis. Acontece então o choque quando a sogra lhe conta que a esposa que seria maníaco depressiva (ou seja, bi polar), matou o bebê a facadas e agora está num hospital. Já espanta a reação dele, qualquer pessoa latina correria para o quarto, sairia chorando, batendo nas paredes ou na pessoa mais forte. Ele engole tudo com paciência e ainda mais quando inexplicavelmente os alunos da escola onde ela lecionava a querem de volta mesmo assim, aliás com o apoio dos pais que assinaram manifesto!

Daí em diante, aos poucos, enquanto ele fala como um psiquiatra, vamos sabendo de como o casal se conheceu, como ela foi revelando a doença (teve um irmão também que se suicidou, os pais dela são bem esquisitos, inclusive a mãe que largou a filha sozinha e seria na verdade a culpa pelo assassinato). Também vemos trechos dele fazendo cinema e até se interessando por uma ninfeta, mas é curioso que o filme em vez de crescer em suspense, vai caindo no interesse de tal forma, que quando dá um pulo de vinte e tantos anos, é com letargia que esperamos por uma conclusão curiosa mas igualmente pouco verossímil. Ainda assim mesmo fique distante do povo latino, o filme pode interessar médicos, psicólogos, pessoas com problemas semelhantes. Mas como cinema, certamente o Sr. Malmros deve ter coisa melhor.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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