Dior e Eu (Dior and I)

Agradavel e bem feito, mas deixa de ser especialmente revelador

27/08/2015 23:59 Por Rubens Ewald Filho
Dior e Eu (Dior and I)

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Dior e Eu (Dior and I)

França, 2014. 89 min. Documentário. Dirigido e escrito por Frederic Tcheng. Foto de Gilles Piquard, Tcheng. Música de Ha-yang Kim.

Faz pouco tempo que o cinema Francês despertou para os documentários sobre moda, que já era um velho hábito dos americanos, por causa do sucesso do filme sobre Yves Saint-Laurent, um documentário e depois dois longas de ficção (ambos de 2014, os três dando ênfase a sua vida homossexual). Parte desse atraso se deve ao fato de que na França não existe, como nos EUA, a pessoa pública, sendo famosa, podem biografar quem quiser no cinema ou em livro. Na França, a imprensa não pode nem comentar sobre a vida pessoal de uma estrela da moda ou cinema sob pensa de processo. 

Mas um filme é sempre uma incrível arma promocional, não esqueçam que o nome da empresa, no caso Dior, é uma promoção fantástica para a marca, embora o verdadeiro Christian Dior (1905-57) tenha falecido aos 52 anos, há muito tempo atrás. Por curiosidade também desenhou figurinos para filmes como Quando a Mulher Erra, de De Sica, 53, O Silencio é de Ouro (47), René Clair, que era de época, e até Pavor nos Bastidores,  para Hitchcock e Marlene Dietrich, 50.

Este mais novo documentário que circulou por festivais (como no Rio, mas só foi premiado em Seattle) não tem qualquer fofoca e só vai interessar diretamente a quem trabalha com moda, ou se interessa por ela (o que já representa um enorme contingente de pessoas). Mesmo sendo um leigo no assunto, gostei de ver a narrativa atenta e estética engendrada pelo jovem Tcheng (parece de origem chinesa) que esteve também como montador de  Valentino: The Last Emperor (08), de Matt Tynauer e co-diretor de Diana Vreeland: The Eye has to Travell! (11). Aqui tudo começa quando um novo criador assume a Casa Dior, Raf Simons, que tem algumas semanas apenas para preparar o desfile da primavera de 2012. O filme ocasionalmente apresentava a voz de um locutor meio fúnebre que lê trechos da autobiografia do verdadeiro Dior (chegam a mostrar a casa de campo da família dele mas o filme não faz qualquer fofoca ou revela nada inesperado, apenas dá uma visão bastante expressiva do que é um atelier de alta costura. O mais fora do comum que sucede é quando um chefe costureira desaparece porque a chefe dela a mandou para Nova York para atender uma cliente que gasta uma fortuna nas compras na loja, portanto tinha que ser bem atendida!).

Então o filme vai interessar especialmente porque sem se interessa pelo funcionamento de um atelier, com funcionárias (há mais mulheres) simpáticas e atenciosas e que parecem saber tudo sobre costurar.

O astro Raf Simons nunca se explica ou se expõe, mas a gente acompanha o desfile esplendido realizado numa mansão em que as diversas paredes são decoradas com diferentes tipos de flores e orquídeas! No desfile vê-se muito rapidamente a incansável Sharon Stone, Marion Cottillard, Isabelle Huppert, Jennifer Lawrence.

Agradável e bem feito, porém não é um grande documentário, especialmente revelador.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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