Jimmy's Hall (Idem)
Filme direto e curto, populista e anticatolico, interessante e cativante


Jimmy´s Hall (Idem)
Irlanda, 14. Direção de Ken Loach Roteiro de Loach e Paul Laverty. 109 min. Drama. Com Barry Ward, Francis Magee, Aileen Henry, Simone Kirby,Stella McGirl,Jim Norton, Shane O´Brien.
Este é o filme mais recente, concorrente em Cannes ano passado, do meu diretor político favorito, o britânico Ken Loach (que tendo completado agora 80 anos, resolveu fazer apenas documentários). Deixa uma obra de 49 créditos, entre eles o vencedor da Palma de Ouro, Ventos da Liberdade, a obra prima Terra e Liberdade, Kes, A Parte dos Anjos, A Procura de Eric e muitos outros. O que não tinha me dado conta é que ele trabalha desde 96 com Canção para Carla com o mesmo autor roteirista, um irlandês nascido em Calcutá, Paul Laverty.
Desta veze eles adaptaram uma peça irlandesa, inspirada em fatos reais. O filme começa em 1932 quando terminou a guerra com a Inglaterra (eles perderam) mas a maior repressão vinha da parte dos padres católicos reacionários que perseguiam os jovens com medo de que eles se tornassem comunistas seguidores de Stalin. É nesse momento que retorna a aldeia expulso da America o Jimmy, ou James Gralton (vivido por Barry Ward, que não teve antes um trabalho exibido no Brasil). Embora desiludido de tudo, ele acaba por aceitar o pedido dos jovens e pobres da cidade que não tem um lugar para estudar, ler, e principalmente dançar. Retorna assim o modesto e rústico casarão que levará o nome de Jimmy´s Hall.
Basicamente este é o filme, direto e curto, populista e anticatólico, interessante e cativante. Mas que dentro da obra de Loach acaba sendo uma obra menor. Tanto que não ganhou nenhum prêmio importante.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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