Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
É uma diversão movimentada, divertida e tecnicamente brilhante
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)
EUA, 2005. Direção: Colin Trevorrow. Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D’Onofrio, Ty Simpkins, Nick Robinson, Omar Sy, BD Wong, Irrfan Khan
Espera-se que somente nos Estados Unidos neste fim de semana, Jurassic World renda cerca de 125 milhões de dólares, quase o suficiente para pagar seu orçamento de 150 milhões. É verdade que seu produtores, inclusive o Steven Spielberg, anda necessitado de grandes bilheterias já que suas empresas curiosamente a beira da falência. Por isso que resolveram ressuscitar esta franquia que já havia rendido uma antológica e bem sucedida trilogia. Na direção colocaram um novato, Colin Trevorrow, que se desincumbe bem da missão.
O novo Jurassic não é uma refilmagem nem exatamente um reboot, quase uma continuação repleta de citações dos filmes anteriores. Começa bem devagar, sem vergonha de conduzir o espectador por uma espécie de tour novo, reformado e ampliado parque. Agora muito maior – embora na mesma ilha anterior – porque desde o desastres pregressos houve mais pesquisas que além de tornarem os dinossauros herbívoros acessíveis até para crianças, também desenvolveram uma nova espécie hibrida que ainda está sendo treinada para um fim misterioso. Não estou revelando nada de surpreendente ao contar que obviamente por trás de tudo estão milionários gananciosos (desta vez, a figura é um indiano, que para virar menos vilão é péssimo piloto de helicóptero, provocando algum alívio cômico). Vilão mesmo são um cientista oriental frio e calculista (B.D.Wong) e uma figura muito forte - Vincent D'Onofrio – que se deixou engordar e resulta num homem mau muito convincente.
Pena que os heróis do filme sejam dois irmãos numa situação bem clichê, bem Spielberg. O irmão mais novo, que é gênio e sabe tudo que é informação de cor, e o mais velho, cujo único interesse são as garotas. Os dois vão visitar o parque porque a tia deles é uma das diretoras do lugar, ainda mais que interessada no trabalho, do que deles. Esse é o personagem de Bryce Dallas Howard que é filha de Ron Howard e a mais de 10 anos vem tentando acertar no cinema. Ela é branquela e ruiva, ideal para o papel que tem um arco, começa como fria e calculista, mas vai se transformando quando os sobrinhos entram em perigo o suficiente para começar um desajeitado, mas simpático romance com o galã da história Chris Pratt de Guardiões do Universo.
Só depois de 40 e tantos minutos que o filme esquenta e o novo dinossauro se rebela e ameaça a multidão de turistas. Teremos vários momentos de ação e suspense. Seja fazendo uma homenagem aos Pássaros do Hitchcock. Seja brincando com os Sea Worlds da vida. E tudo vai culminar como se esperava no confronto entre os dinossauros da natureza e os criados em laboratório: Indominus Rex (I-Rex).
Ou seja, talvez não haja nada de tão novo mesmo porque a ideia-projeto do parque, que se originou no livro do Michael Crichton, era extremamente original. Mas ainda é uma diversão movimentada, divertida e tecnicamente brilhante.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.