RESENHA CRTICA: Capit Marvel (Capitain Marvel)

Para mim haja excesso de exploses e meus momentos preferidos sejam fora a apario marcante do mestre Stan Lee

07/03/2019 15:14 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Capitã Marvel (Capitain Marvel)

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Capitã Marvel (Capitain Marvel)

EUA, 2019. 124min. Diretores: Anna Boden, Ryan Fleck. Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck, Geneva Robertson-Dworet, Nicole Perlman, Meg LeFauve. Com Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Jude Law, Annette Bening, Clark Gregg, Lashana Lynch, Lee Pace, Gemma Chan, Mckenna Grace, Djimon Hounsou, Rune Temte, Chuku Modu

É muito raro encontrar mulheres diretoras principalmente de filmes de ação ou blockbusters. Essa novidade acontece com Anna Boden, que começou a carreira como montadora, roteirista, fotógrafa, diretora de fotografia, e ainda por cima Diretora. Começou a carreira como codiretora do filme Half Nelson (Encurralados, 2006), estrelado por Ryan Gosling, que foi indicado ao Oscar. Foi assim que se casou com Ryan Fleck que hoje é seu parceiro. Se conheceram quando estudavam na NYU, começaram a namorar e serem parceiros. Fizeram os curtas-documentários Have you Seen This Man? e Young Rebels, e ainda Gowanus, Brooklyn, que daria origem a Half Nelson. Também dirigiram Se Enlouquecer, não se Apaixone (It´s Kind of a Funny Story, 2010) com Emma Roberts e Viola Davis, Sugar (2008), sobre esportista dominicano Miguel Sugar Santos. Fizeram ainda Parceiros de Jogo (Mississipi Grind, com Ryan Reynolds, Ben Mendelsohn) e séries de TV (Billions, The Affair, Looking). O filme deles Capitã Marvel é estrelado por Brie Larson, que já tem 58 créditos e ganhou o Oscar por O Quarto de Jack (Room). E é sempre lembrar que os ditos fãs desse tipo de ação/aventura costumam abrir fogo cerrado contra o universo feminino. Ainda mais quando há várias cenas que ficam relembrando essa característica da heroína!

Ai é que entra a figura doce e delicada de Brie, uma veterana que está longe de Mulher Maravilha, que em momento nenhum me convenceu. Está certo, que não apenas aqui mas em qualquer outro filme de sua carreira me seduziu ou surpreendeu (pode ser má vontade, as vezes eu sofro dessas coisas!). Nunca principalmente quando lhe coube contracenar Brie contra a figura esse sim carismático de um elenco mais pesado e um visual repleto de explosões e momentos delirantes. Capitã Marvel é aquilo que eles chamam de “uma história de origem” dela e de uma figura mais coerente, o Nick Fury (Samuel L. Jackson deixou a impressão de ter passado por um banho de efeitos para torná-lo mais jovem! Ainda assim continua a ser um dos astros mais carismáticos e bem-humorados do cinema e de certa maneira também mal estimados!). O filme acontece na Terra por volta de 1995. Fury se expõe como um membro da S.H.I.E.LD., com um novo parceiro chamado Coulson (Clark Gregg) , este também tomando banho de “juventude”. Tem gente que reclama também o fato de utilizarem na trilha musical filmes justamente da época (Kid´Bop, Salt´N´Pepa e assim por diante).

De qualquer forma, na narrativa bastante confusa há um esforço muito grande de destacar atores de respeito que antes não tiveram a chance de se expor no gênero, como a Sra. Warren Beatty, a sempre talentosa Annette Bening (esforçada, mas a mim não convenceu) e o britânico Jude Law como Yon Rog, também vindo do lugar chamado Vers e que traz também a sua turma (que inclui o carismático Djimon Hounsou). Embora para mim haja excesso de explosões e meus momentos preferidos sejam fora a aparição marcante do mestre Stan Lee, as duas sequências de hábito no final, uma delas com um grupo de astros do gênero (engraçado, mas essas tomadas rápidas sempre me interessam) e mais uma outra mais curta e rápida (não custa esperar que é no finzinho).

Como tem sido meu hábito, uma vez só não basta e voltarei para rever o filme com mais cuidado, muita coisa me perdeu (ele se anuncia 3D, mas não na cópia que vi) e acho que merece realmente uma revisão mais profunda e de repente acordam essa mocinha heroína pouco carismática.

 

 

Capitã Marvel

Por Adilson de Carvalho Santos

A jornada da heroína Carol Danvers até sua atual posição como principal heroína do universo foi árdua, cheia de altos e baixos, derrotas e trocas de identidade, mas hoje chega aos cinemas com a celebração do dia internacional da mulher, mais do que derrotando vilões, assumindo o papel de símbolo do empoderamento feminino.

Quando surgiu nos quadrinhos em 1968, já existia a figura do “Capitão Marvel” (Nada a ver com o Shazam da DC, que já usou essa alcunha), um guerreiro de uma raça alienígena que se auto exila na Terra para proteger a humanidade. Foi Stan Lee e o desenhista Gene Colan quem criou o herói Kree Mar-Vell em dezembro de 1967. Um ano depois, Roy Thomas imagina Carol Danvers como uma piloto da força aérea que foi salva por Mar-Vell da explosão de um artefato alienígena, que fundiu seu DNA humano com o DNA Kree. Foi ideia do roteirista Gerry Conway fazer de Carol uma super heroína que ostentasse o nome da editora. A força sobre humana e o poder de vôo a tornaram a heroína “Ms Marvel”, trazendo em seu nome o título “Ms” que destaca uma mulher independente, solteira, adequado a um mundo que precisa aprender a respeitar a figura da mulher. A personagem então ganha um título próprio a partir de Janeiro de 1977, dois anos depois que a assembleia geral da ONU escolhesse 1975 como o ano internacional da mulher. Carol era a personagem que simbolizaria a editora Marvel na luta feminista concorrendo com a imagem da Mulher Maravilha da Dc Comics, principal rival da Marvel no mercado editorial. Incluindo a renomada revista “Ms”, criada por ativistas dos direitos das mulheres em 1971, havia estampado a imagem da “Mulher Maravilha” em sua icônica primeira edição. Logo, Carol Danvers muda para o papel de editora de uma revista similar publicada por J.Jonah Jameson, o chefe de Peter Parker, o Homem Aranha, herói mais popular da editora. Essa fase que durou apenas por 25 edições foi publicada no Brasil em revistas da editora Abril como “Capitão América” e “Heróis da TV”.

A Marvel demorou a ter uma heroína à frente de um título longevo apesar das tentativas com “Mulher Aranha” e “Mulher Hulk”, mas Carol continuou a ter destaque ingressando na equipe dos Vingadores. Apesar de um promissor início nas mãos de Chris Claremont, que explorava os lapsos de memória que Carol tinha toda vez que se transformava, os roteiristas que se seguiram não souberam explorar a personagem, ainda que incrementassem seu uniforme com uma mudança de cores e forma. Jim Shooter e David Micheline fragilizaram Carol Danvers como vítima de um estupro por um ser extradimensional que a engravida como forma de chegar à nossa realidade. Carol é manipulada para se apaixonar por ele e deixar nossa dimensão com ele. Pouco tempo depois, Claremont volta a escrever a personagem trazendo-a de volta ao mundo, fragilizada emocionalmente e tendo os poderes sugados pela mutante Vampira, o que a deixa em coma.

Nos anos 80, a primeira troca de nome ocorre quando Claremont escrevendo as histórias dos X Men mostra Carol, já despertada de seu coma, adquirindo poderes estelares e assumindo o nome “Binária”. Nos anos que seguem, Carol é nada além de uma coadjuvante de luxo nas histórias dos “X Men” ou dos “Vingadores”, mas não demora para perder seus poderes de Binária e voltar a ser a Ms.Marvel. Nesse meio tempo, a editora publicou a emotiva Graphic Novel “A Morte do Capitão Marvel” em 1982. O herói morre de câncer depois de uma longa e dramática batalha e o nome “Capitão Marvel” (Lembrando que em inglês não há flexão de gênero) é adotado por Monica Rambeau, uma mulher negra que consegue transmutar seu corpo em qualquer tipo de energia. Foi na década de 90 que Carol volta a se destacar nos Vingadores assumindo o codinome “Warbird”, mas mergulhada no alcoolismo. Nessa fase, se aproxima de Tony Stark o Homem de Ferro, que havia passado pelo mesmo problema em histórias da década anterior. Foi a partir do evento “Guerra Civil”, que Carol restaura sua importância no “status quo” do Universo Marvel. A heroína assume agora o nome “Capitã Marvel” superando todos os traumas do passado, as derrotas pessoais e o descaso de maus direcionamentos editoriais.

 O filme protagonizado por Brie Larson vem como forma de ratificar a heroína como símbolo dessa representatividade e, claro, mistura vários personagens da editora. Maria Rambeau (Lashana Lynch) é a mãe de Monica Rambeau, que substituiu Mar Vell depois de sua morte, e depois mudou sua alcunha para “Foton”. Além de Nick Fury (Samuel L.Jackson) e a Suprema Inteligência (Annete Benning) Jude Law interpreta Yon Rogg, que nos quadrinhos foi inimigo jurado de Mar Vell, e responsável pelo auto exílio do herói na Terra.

A expectativa é grande e, depois do sucesso do filme da “Mulher Maravilha”, a Marvel vem com tudo com sua representatividade e inserindo a última peça em seu tabuleiro para o igualmente aguardado fim de jogo de “Vingadores Ultimato” que encerra os 10 anos passados em que o mundo tem estado, filme após filme, vibrando, se redescobrindo criança por se aproximar de super heróis e ao som do brado “EXCELSIOR”, usado pelo mestre Stan Lee e que definiu gerações de fãs saindo das páginas das HQs para as telas do cinema. (Por Adilson de Carvalho Santos)

 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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