RESENHA CRTICA: A Cabana (The Shack)
difcil lidar com filmes religiosos que so endereados especialmente para aqueles que creem e para estes no h dvidas
A Cabana (The Shack)
EUA, 17. 132 min. Direção de Stuart Hazeldine. Baseado em Livro de William P. Young. Com Sam Worthington, Octavia Spencer, Radha Mitchell, Tim McGraw, Amelie Eve, Alice Braga, Megan Charpentier, Graham Greene. Lion´s Gate.
É difícil lidar com filmes religiosos que são endereçados especialmente para aqueles que creem e para estes não há dúvidas. Acreditam e pronto. Não se pode dizer o mesmo para o espectador casual que só deverá assistir a este filme, que fez carreira decente nos EUA, se conhecer o livro que lhe deu origem, também best-seller. Embora para o meu gosto ele seja um pouco confuso e alegórico e que tenha provocado polêmicas nos mais sectários (que não aceitaram o fato da Santíssima Trindade ser liderada por árabe, oriental e logo Deus como uma mulher negra, ainda que seja a adorável e premiada Octavia Spencer).
Não pensem que tenha algo contra o gênero, ao contrário, estou disposto a acreditar no que seja basicamente uma boa história interpretada por bons atores (o herói aqui é o australiano Sam Worthington, famoso por ter estrelado Avatar e não por sua habilidade histriônica). Aqui quando criança esse herói chamado Mack Phillips sofre muito com seu pai alcoólatra que bate nele e por outra tragédia. Sua filha menos Mackenzie, Missy, desaparece e aparentemente morre. O pai recebe uma carta que traz suspeita que vem das mãos de Deus que lhe pede para ir até o Shack (cabana) onde deverá ter um encontro que ira modificar sua vida. Baseado no livro canadense de sucesso o filme resulta longo demais e o diretor Hazeldine tinha feito antes um outro trabalho (não ouvi falar, mas teria tido título nacional de O Exame, deve ter passado na TV sem maior repercussão).
Bom, o herói antes de experimentar milagres e recarregar sua fé, também tem a chance de reciclar suas dúvidas conversando com uma outra mulher misteriosa, no caso a atriz brasileira Alice Braga (mal vestida e menos convincente do que costume) com que revê o passado. O cantor country Tim McGraw faz um vizinho, compartilha canção com Faith Hill e é quem narra a história (como ele sabe de tanta coisa?).
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.