RESENHA CRTICA: Paterson

Numa safra de excesso de filmes superestimados e medocres, foi uma surpresa para mim este delicado e muito especial trabalho novo do diretor Jarmusch

23/03/2017 23:37 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Paterson

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Paterson

EUA, 16. 1h58. Direção e roteiro de Jim Jarmusch. Com Adam Driver, a iraniana Golshiften Farahani, Nellie, Rizwan Manji, Dominic Liriano. Montagem do brasileiro Affonso Gonçalves.

Numa safra de excesso de filmes superestimados e medíocres, foi uma surpresa para mim este delicado e muito especial trabalho novo do diretor Jarmusch (inédito nos cinemas por aqui), que já foi cultuado no Brasil. Este é francamente pessoal e subestimado (foi premiado em Cannes pelo melhor cachorro Nellie, indicado por alguns críticos como do Los Angeles, mas nada de significativo). Mas deveria ser o tipo de filme que critico devia admirar.

Um projeto antigo do diretor que levou cerca de 20 anos para realizá-lo, usando poemas quase sempre de seu poeta favorito Ron Padgett, alguns criados especialmente para o filme. Alguns deles do próprio diretor e o que aparece no final do filme, é, na verdade letra de famosa canção premiada com o Oscar de O Bom Pastor (sucesso no Brasil ). Mas a melhor escolha é do estranho Adam Driver, revelado na série Girl e que esta também no filme de Scorsese  Silêncio. Ele é apenas um motorista de ônibus, que todos os dias faz a mesma coisa, sai de casa onde vive sua bela e discreta esposa e no caminho vai passando por paisagens algumas belas, outras banais, ouvindo conversas de velhos e crianças, ocasionalmente tendo pequenos acidentes. E só isso, uma viagem poética pelo tempo banal basicamente de New Jersey numa lição de como fazer um filme bonito e cheio de citações. Que nem todos vão admirar, mas que realmente merece ser checado.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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