RESENHA CRTICA: Kblic (Idem)
Triste e taciturno, este no o personagem mais simptico do astro argentino Ricardo Darin


Kóblic (Idem)
Argentina Espanha, 16. 92 min. Direção de Sebastiãn Borensztein. Com Ricardo Darin. Oscar Martinez, Inma Cuesta.
O mais querido e popular astro do cinema argentino Ricardo Darin está de volta com uma nova co-produção entre Argentina e Espanha (o que já se tornou uma tradição com ele), assinada pela mesma equipe de um de seus maiores sucessos, que foi a comédia Um Conto Chinês (2011). Infelizmente o tom é diferente e não muito original. A tragédia que foi a repressão militar na ditadura argentina continua a produzir seus frutos, obrigando Darin a interpretar desta vez um oficial/piloto da Marinha taciturno e infeliz, o personagem título que em 1977 foi obrigado a fugir para um lugar ermo para tentar escapar do castigo quando se recusou a cumprir o já tradicional e brutal assassinato de prisioneiros que eram jogados no mar de um avião (o Chile fez coisa parecida, como parece que também o Brasil. Então fica difícil não revelar o fato no comentário já que é toda a razão de ser do filme).
Triste e taciturno, este não é o personagem mais simpático do astro. Conta com a ajuda de amigos e se envolve com uma jovem local Nancy (uma participação curta e discreta da atriz espanhola Inma Cuesta, que em sua terra natal é estrela de filmes como La Noiva e novelas de TV como Aguila Roja). Os coadjuvantes são bons, a tal ponto que o vilão da história quase que rouba o filme, numa grande caracterização de Oscar Martinez (que faz o policial Velarde). Ele também é do primeiro time, em filmes como Relatos Selvagens, ainda que pouco conhecido por aqui.
O resultado do filme porém é decente mas pouco mais do que razoável.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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