RESENHA CRTICA: A Histria de Os Caa-Fantasmas

Tudo sobre a origem do filme e detalhes desta nova verso!

17/07/2016 22:58 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: A História de Os Caça-Fantasmas

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A História de Os Caça-Fantasmas

Há muito tempo havia o sonho de ser fazer um terceiro filme da série Caça-fantasmas, um velho êxito da Columbia/Sony que estava centrado no produtor Ivan Reitman e no roteirista Harold Ramis (o ator Rick Moranis que colaborou com o roteirista se afastou do cinema desde 96). Ramis (1944-2014) que interpretava um dos quatro heróis escreveu O Clube dos Cafajestes, formou com Bill Murray e Dan Akroyd o trio central, mas foi como realizador que mais evoluiu acertando numa série de comédias, que tiveram sempre um ponto de partida inteligent, Feitiço do Tempo (Groundhog Day), o conceito do que sucederia se todos os dias fossem exatamente iguais. Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias (Multiplicity) se uma pessoa pudesse ter clones. Em Máfia no Divã se um psiquiatra tivesse um paciente chefe mafioso. Morreu em 24 de fevereiro, aos 69 anos, em Chicago, vitima de uma doença que há muito o atormentava (autoimmune finflamatory vasculitis). Planejavam Ghostbusters (3) que agora estreia. mas sem qualquer numero de identificação!

Mas para bem entender o projeto é preciso lembrar que quando o filme foi produzido não havia ainda efeitos digitais, tudo era mais desafiador e complicado. Nem os astros do filme também não tinham o respeito de hoje em dia, eram apenas humoristas que saiam de projetos de gosto duvidoso (todos eles fazem aparições na nova versão Bill Murray tem presença maior, Ernie Hudson só no final, Dan é um chofer de táxi e minha favorita Sigourney Weaver, já no pós-letreiros). Também foi absolutamente original quando criou um dos primeiros music vídeos que serviriam de trailer e depois chamada na TV, aliás muito bem sucedida e com pontinha de amigos celebres. Aqui se repete sem grande variação o tema musical de Ray Paker, que por sinal chegou a ser indicado ao Oscar de canção (o filme também foi nomeado para o de efeitos visuais). Reparem que o original tinha um hífen entre caça e fantasmas, mas não a nova versão, o chamado reboot!

É importante ficar claro que não é exatamente nem nunca foi uma comédia absoluta, mas um filme de ação, fantasmas e aventuras, com muitos efeitos visuais. Portanto a expectativa por este terceiro capítulo já é errada.

A história original era sobre quatro atrapalhados caça-fantasmas que abrem firma em Nova York para procurarem monstros e outras figuras exóticas do Além. Mas uma outra criatura diabólica e poderosa toma conta de um grande prédio de apartamentos. Aqui novamente eles se reúnem e entram em ação, mas a diferença é que são quatro mulheres, comediantes (na verdade duas delas desconhecidas aqui). A continuação Os Caça-Fantasmas II (The Ghostbusters II, 1989), trouxe o mesmo elenco básico. Cinco anos depois do primeiro filme, Sigourney é mãe solteira de um bebê que está sendo perseguido por forças malignas. Os Caça-Fantasmas que tinham sido arruinados por causa de processos contra eles, voltam à atividade para combater monstros ainda maiores criados pela energia negativa da cidade de Nova York.

Obviamente qualquer continuação é mais fraca e precisava de toda ajuda possível. Como um antigo olhar afetuoso! Ainda assim dava para se divertir um pouco com o retorno dos personagens e efeitos ainda eficientes. O primeiro Caça-fantasmas custou 30 milhões de dólares e rendeu 238 milhões nos EUA e mais 53 no exterior!. O II Levou 102 milhões de dólares nos EUA e 102 no exterior (sem ajuste de inflação!

 Agora chegou a vez do Caçafantasmas (3 não assumido), desta vez com o diretor Paul Feig, que fez sucesso transformando em estrela a comediante Melissa McCarthy, primeiro em Missão Madrinha de Casamento (11) ela teve ate indicação ao Oscar por ele. Depois seguiram juntos com A Espiã que Sabia de Menos (15).

Não sei se vocês viram a polêmica que rolou por causa de um grupo grande de pessoas nas redes sociais, que começou a falar mal do filme: 1) porque as heroínas eram mulheres! 2) o trailer era pouco engraçado. (Nesse caso eles têm razão, já que como disse não é bem uma comédia, é ação com piadas).

Isso tudo deixou a produtora Sony em pânico, até porque perseguir um filme por essa razão é coisa de espantar e assustar, estamos virando pessoas preconceituosas e racistas, para não falar coisa pior. Ninguém é obrigado a ver filme algum, mas o cinema sem as mulheres seria insuportável. E se o filme custa um pouco a começar e a protagonista Kristin Wigg (que foi do Saturday Night Live e também de Madrinha de Casamento) tem um estilo de humor estranho e quem sempre funciona, as duas novatas também não ajudam muito (a loira e masculinizada Kate McKinnon vem do Saturday Night Live, Ted 2, mas tem feito mais você over de dublagens de desenhos. A negra e enorme Leslie Jones também veio do mesmo programa e Descompensada. Mas vai crescendo com o filme).

O show deveria ficar com Melissa, mas não sei porque ela esta contida e menos engraçada que costume. Quase apagada. O fato é que em vez de baixar o nível (com exceções que faz micagem para Wigg é lamentável) e fazer apelações como tem sucedido com as comédias norte-americanas recentes, o filme faz brincadeiras com o secretário bonitão do escritório delas (Chris Hemsworth, o Thor bem humorado) e o roteiro passa de um confronto com fantasma para outro e outro, vários deles dos filmes anteriores, até o clímax que faz lembrar o primeiro com uma batalha global em Nova York.

O elenco de apoio é bom e tem Andy Garcia, Charles Dance (GOT), Ed Begley. Não chega a ser perfeito, a sequência inicial com a mansão mal assombrada é longa demais, as duas novatas não tem ação (aliás nenhuma delas tem vida particular, ou personalidade marcante e nem mesmo grande cenas). Achei os trailers fracos porque na verdade o roteiro deixa a desejar. Mas está longe de ser o desastre que apregoavam. A única preocupação comercial que eu teria é que o primeiro filme foi de 1984! Quem viu foi uma geração que já tem netos e o gosto pode mudar. 32 anos depois os gostos mudaram ou pioraram. Aliás, o mundo também... 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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