Trocando os Pés (The Cobbler)

No filme há cenas com certo encanto e outras desajustadas e um final meio abrupto.Resultado: os fãs não vão curtir

27/05/2015 15:54 Da Redação
Trocando os Pés (The Cobbler)

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Trocando os Pés (The Cobbler)

EUA, 15. 99 min. Direção de Thomas McCarthy. Com Adam Sandler, Steve Buscemi, Elli,Dan Stevens, Dustin Hoffman, Method Man, Sondra James, Lynn Cohen, Ellen Barkin, Fritz Weaver.

É curioso como Adam Sandler consegue manter sua popularidade no Brasil, apesar de ter uma carreira tão irregular. Acho que isso sucede porque as emissoras por assinatura repetem com tanta frequência seus filmes melhores. E estes mais fracos passam em branco. Mas Sandler gosta de cultivar sua origem judaica, fazendo filmes (até animação) sobre o tema ou então histórias mais dramáticas, para não ficar preso apenas nos clichês de sempre.

Quem assina a direção aqui é um ator Thomas MacCarthy (2012, Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família) e que revelou talento na estreia com o independente O Agente da Estação (03, que revelou o anão Peter Dinklage), seguido por O Visitante (que deu indicação ao Oscar para Richard Jenkins), Ganhar ou Ganhar (com Paul Giamatti), e neste ano Spotlight com Rachel McAdams e Mark Ruffalo.

Cobbler quer dizer torta ou mais apropriado sapateiro (e curiosamente Sandler quer dizer sapateiro em hebreu). Ele faz o papel de Max Simkin que conserta sapatos numa velha loja em Nova York, onde sua família exercia o mesmo métier por varias gerações. Sua vida muda quando descobre um lugar mágico, melhor dizendo um artefato que permite que ele entre nos sapatos dos outros e que o faz ver o mundo de outro jeito. Moral da história: as vezes só “literalmente” entrando nos sapatos dos outros é que você descobre quem a outra pessoa realmente é!

Ou seja, o filme acaba sendo um conto de fadas, ainda que não seja para crianças. O herói adquire poderes mágicos e os usa para mudar a vida dos que vivem nas redondezas. Começa com um prólogo em 1903, para depois entrar na atualidade, em que Simkin é uma pessoa desiludida que vive com a mãe que vem perdendo a razão (Cohen), o pai aparece em flash backs, na figura de Dustin Hoffman, que deixa a família. Seu único amigo é Jimmy, dono da barbearia do lado (o décimo filme que Buscemi faz com Sandler). A vida do herói muda quando ele experimenta usar o sapato do freguês negro e gangster (ai o ator original assume o papel). Assim o herói passa a procurar outros sapatos de tipos diferentes: um transexual, um virgem com excesso de peso, um indiano, outro chinês, e um britânico (Dan Stevens de Downtown Abbey) que tem uma bela namorada (Kim Cloutier). Há também confusões com a mulher que deseja o local da loja (Barkin) e um presente para a velha mãe que deseja um último encontro com o marido. Como todo o filme, há cenas com certo encanto e outras desajustadas e um final meio abrupto. No fundo, outra tentativa de um “palhaço”, no caso Sandler, que seguindo a velha tradição quer fazer coisas sérias, interpretar Shakespeare ou visitar a tradição e lendas da sua origem. Resultado: os fãs não vão curtir.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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