RESENHA CR�TICA: Motorista de Taxi (Taeksi Woonjunsa)
Cada vez mais eu gosto do cinema coreano (do sul, obviamente!) e mesmo assim tive uma boa surpresa com este filme recente e inspirado em fato real


Motorista de Taxi (Taeksi Woonjunsa)
Coreia, 2017. 2h17min. Direção de Hun Jang. Com Kang-ho Song, Thromas Kretechman, Hae-jin Yoo.
Cada vez mais eu gosto do cinema coreano (do sul, obviamente!) e mesmo assim tive uma boa surpresa com este filme recente e inspirado em fato real, feito por um diretor que fez cinco filmes anteriormente, inéditos aqui, mas que demonstra uma talento e uma criatividade muito interessante. A história autêntica de um chofer de taxi, um sujeito comum, mas honesto e sincero, pai e viúvo. Em maio de 1980, esse taxista de Seoul chamado Man-seob recebe uma oferta boa demais para ser verdade. Se ele levar um passageiro estrangeiro de Seoul até Gwangju e retornar, antes do escurecer (quando tudo é proibido) ele ganhara uma grande quantia em dinheiro (100.000), o suficiente para pagar meses de contas atrasadas. Sem discutir, ele recebe o jornalista alemão Peter (o ator conhecido Thomas Kretschmann) e sai na missão. Naturalmente é parado por policiais de estrada, mas como precisa do dinheiro inventa soluções de chegar a cidade. O problema é que ele encontra cidadãos da cidade e o povo protestando contra o governo ditatorial de Man-seob. A situação vai se complicando com o herói tentando voltar para Seoul. Acaba por fazer amizade com um estudante e outro motorista, mas a situação vai piorando cada vez mais, a ponto de se tornar uma luta campal, de vida e morte, com anônimos sendo atacados e mortos. O pior de tudo é que ninguém no resto do mundo ficará sabendo desse massacre e o chofer resolve participar ativamente do confronto! E fazer tudo para o jornalismo informar na Europa! O mais interessante é que esse taxista realmente existiu e foi heroico, mas sumiu sem deixar mais informações.
É uma história épica, com ação, violência mas também senso de humor, mais uma de que nós aqui nesse dito Ocidente nem conseguimos chegar a ficar sabendo! Embora seja um pouco longo, o filme passou na Mostra e bem que deveria ter levado algum prêmio (que acabam em mãos de outros chatos e irritantes). Experimentem que vale a pena.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho � jornalista formado pela Universidade Cat�lica de Santos (UniSantos), al�m de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados cr�ticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores ve�culos comunica��o do pa�s, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de S�o Paulo, al�m de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a d�cada de 1980). Seus guias impressos anuais s�o tidos como a melhor refer�ncia em l�ngua portuguesa sobre a s�tima arte. Rubens j� assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e � sempre requisitado para falar dos indicados na �poca da premia��o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores f�s da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole��o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa��es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para miniss�ries, incluindo as duas adapta��es de “�ramos Seis” de Maria Jos� Dupr�. Ainda crian�a, come�ou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, al�m do t�tulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa��es. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicion�rio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o �nico de seu g�nero no Brasil.

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