Crítica sobre o filme "Solteiros com Filhos":

Rubens Ewald Filho
Solteiros com Filhos Por Rubens Ewald Filho
| Data: 31/05/2012

Gostei muito desta comédia independente americana escrita, estrelada e dirigida por Jennifer Westfeldt que na vida real é mais conhecida como companheira de Jon Hamm (o astro da série de teve da moda Mad Men e que justamente pela proximidade dela faz um dos papeis principais). Jennifer também estrelou e escreveu, mas sem dirigir uma outra simpática comédia novaiorquina chamada Beijando Jessica Stein (que também tinha Hamm no elenco, mas na época em que era desconhecido, ainda mais do que ela!).

Este é aquele tipo de filme escrito por atores para eles brilharem, ou seja, tudo é construído em cima de diálogos, porque os atores precisam falar para se sentirem seguros. Falam, falam, falam e tem um breakizinho visual. Depois retomam a falar. Felizmente o que dizem é bastante inteligente, pertinente e divertido. Não sei o título é bem atraente, porque o público alvo que vai mais se identificar (jovens adultos com cerca de 30 anos) talvez preferisse um título mais sugestivo, falando mais de sexo (altamente discutido no filme) do que em crianças (que já estão todo dia, toda hora na vida deles).

Enfim, na história Julie (Jennifer) é uma moça bem de vida, que é muito amiga do vizinho Jason (da série Parks & Recreations) e um dia ambos têm a ideia de terem um filho mesmo sem serem casados ou sequer namorados (mas se gostam muito, são melhores amigos). Isso causa certo espanto e ciúme mesmo nos outros casais próximos, Ben (Hamm) e Missy (pouca gente reconhece no filme a ótima Kristen Wigg, de Missão Madrinha de Casamento) que tem filho mas mesmo assim fazem sexo com frequência e Leslie (Maya Rudolph, também de Missão Madrinha de Casamento) e Alex (Chris O´Dowd que acabou de fazer sucesso em Cannes com um filme) que não fazem sexo também por causa dos filhos.

O bebê nasce e Jason insiste em manter uma vida aberta, ainda mais quando se apaixona por uma moça linda bailarina de Chicago, que ele conhece no parque (Megan Fox). Julie não aceita muito bem e resolve se mudar para o Brooklyn enciumada. Mas logo vem a outra face da moeda, quando Julie arranja um namorado perfeito em tudo, o divorciado Kurt (Ed Burns).

O filme é sobre essa ciranda romântica, de tempos em tempos, geralmente em aniversários, piqueniques, festas de fim de ano, mais ou menos como acontece com as pessoas normais. Amamos, desamamos, pensamos saber tudo quando na verdade não estamos entendendo nada e perdendo oportunidades. Esta é uma comédia sobre gente como nós, de hoje em dia, com os cacoetes da nossa turma, ou de parentes. Nem por isso mais sabia ou inteligente que as anteriores. E duvido muito das que virão por aí.

Por isso é que simpatizei tanto com este filme despretensioso que é humano, brinca com as nossas vidas e valores, é feito com sinceridade e amor.