Não tinha muita consciência de que eu gostava da série American Pie e que iria receber o retorno dos personagens com simpatia, como se fosse velhos amigos. Principalmente porque não os víamos juntos desde 2003 e eles ainda estão em forma, apenas adultos com cabeça de moleques, não verdadeiramente envelhecidos. O que é bom e até resulta numa porno-chanchada bastante divertida (desde que se aprecie o genro) e que se ignore as 4 continuações feitas para Home Video como American Pie Presents.
Desta vez conseguiram reunir todos os principais integrantes da turma (inclusive porque a carreira de nenhum deles está especialmente florescente) e o que é mais interessante, sob as ordens de uma dupla de roteiristas/diretores que foram revelados pelas comédias da dupla de maconheiros Harold e Kumar, Madrugada Muito Louca (04) e Madrugada Muito Louca 2 (08). John Cho inclusive está presente aqui como parte da turma (lembrava muito vagamente que ele esteve na trilogia no papel de John e menos ainda em Star Trek!). O fato é que todo mundo que eu lembrava se não está na trama principal acaba fazendo uma aparição na festa final. Com resultado bem simpático.
Claro que não é uma comedia de Billy Wilder e ninguém tem pretensão a fazer algo mais do que uma chanchadona com momentos fortes (tem um close de órgão sexual dispensável) e outros engraçados (ajuda bastante se você conhecer a série e entender as referências).
Na história a turma toda resolve se encontrar na festa de 13 anos de formatura da sua High School, em East Great Falls (curiosamente por razões econômicas o filme todo foi rodado em Atlanta, Georgia, que tem dado incentivo a produções de filmes). Mais uma vez quem rouba o filme com sua afável grossura é Sean William Scott como Stifler, que como era de se esperar, não deu muito certo na vida. E ainda vive às custas da mãe (aquela que sempre terminava tendo um encontro com um colega dele, Finch).
Nenhum deles saiu-se especialmente bem na vida, Chris Klein (Oz) participou de um desses shows de dança da tevê, mas foi eliminado (é ele mesmo que finge dançar) e agora é semi celebridade, tendo um caso com uma Maria Chuteira da vida (como Mia, Katrina Bowden). Ou equivalente.
Jim e Michelle estão com filho e com problemas de ausência de sexo no casamento (a piadinha mais bonitinha é quando alguém se refere a ele como aquele cara que parece Adam Sandler), Finch (Eddie Kaye) é o mais mal resolvido (mas os únicos que se assumem gays são colegas de Stifler).
O filme basicamente é uma sucessão de situações onde a turma revive a amizade enfrentando os mais jovens (que bebem mais do que eles) e Jim enfrenta a maior tentação quando uma ex-aluna quer perder a virgindade com ele. Quando ele a traz bêbada para casa provoca as maiores risadas, no que é basicamente uma antiga farsa teatral de portas que abrem e fecham como no teatro boulevard. Ela se chama Ali Kobrin, uma morena muito bonita (e nua) que é a revelação do filme!
Não se pode esquecer também da presença do pai de Jim (Eugene Levy, que é o único que participou de todas da série, até os espúrios). Que desta vez toma fogo.
Mas não sei para que serve ficar contando a história e estragando as piadas. Quem gostava da série vai continuar apreciando a turma (devorado pelo arrasador Jogos Vorazes, o filme foi apenas médio nas bilheterias chegando até 40 milhões doméstico e mais ou menos a mesma coisa internacional). Da minha parte até que gostaria de uma visita periódica da turma.