Crítica sobre o filme "Dama Por um Dia":

Rubens Ewald Filho
Dama Por um Dia Por Rubens Ewald Filho
| Data: 29/04/2012

Capra não se deu bem com o co-produtor Glenn Ford (que exigiu entre outras coisas aumentar o papel de sua namorada Hope Lange e também impôs Bette Davis, sua antiga parceira em outros filmes. Mas ela parece mais avó de Ann do que sua mãe!).

Capra preferia outro elenco Helen Hayes (aceitou, mas tinha compromisso com tour), Shirley Booth (não quis), Frank Sinatra, Dean Martin e Shirley Jones (mas Ford impôs sua então namorada Hope Lange).

Capra ficou tão aborrecido com os problemas que dali em diante aposentou. O fato é que sua fita não tem o mesmo padrão de seus clássicos. Mantém basicamente a mesma história (inspirada no conto Madame La Gimp, do escritor Damon Runyon, famoso pelos tipos pitorescos de Nova York que descrevia em obras como Eles e Elas/Guys and Dolls, Doce Inocencia, A Garotinha que Caiu do Céu), excelente elenco (ele lançou a muito jovem sueca e futura estrela Ann-Margret, que chega a até a cantar uma canção, mas errou no galã que é um canastrão que depois sumiu).

É quase uma fábula bem-humorada sobre Apple Annie e sua turma. Mas não é tudo que se podia esperar. Ainda assim teve indicações ao Oscar para Figurinos (Edith Head), Canção (a imemorável música tema Pocketful of Miracles, de Cahn e Van Heusen) e Ator Coadjuvante (a revelação de Peter Falk). Elenco de aoio reúne grandes figuras do passado ou atores característicos, entre eles a ex-estrela do cinema mudo Betty Bronson (mulher do prefeito), Jack Elam, Snub Pollard, Ellen Corby (Waltons).

Curiosamente a mesma história teve duas versões que eu não conhecida, uma em 1971 na Turquia e outra em Hong Kong, chamada Chefão por um Dia, de 89, estrelada por Jackie Chan.